Cidades
Vila Mimosa será reaberta no Rio
Interditada desde dezembro, a Vila Mimosa - tradicional ponto de boêmia do Rio - pode ser reaberta já nas próximas semanas. A administração do espaço e o Corpo de Bombeiros entraram em acordo durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Incêndios nesta sexta-feira (13).
A partir do acordo, será elaborado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
A 6ª oitiva da CPI, presidida pelo deputado Alexandre Knoploch (PSL), focou nos riscos infraestruturais da Vila Mimosa.
Em segundo momento, a reunião deve discutir a tragédia do Ninho do Urubu, envolvendo o Clube de Regatas Flamengo.
Interdição
Reduto de prostituição no Rio, a Vila Mimosa foi interditada pelo Corpo de Bombeiros após acionamento de deputados da CPI, que acompanharam a diligência.
"Existia um perigo iminente na questão de incêndio e de pânico em caso de evacuação. Além de uma série de exigências a serem cumpridas", afirmou o presidente da CPI, Knoploch.
O vice-presidente da comissão, Rodrigo Amorim (PSL), exibiu fotos do espaço, onde foram encontradas instalações precárias de ar-condicionado e máquinas de música, além de espaços voltados às religiões de matrizes afro-brasileiras com velas.
Diante da apreensão de drogas etiquetadas na Vila durante a vistoria, o parlamentar chegou a afirmar que há indícios de que o espaço é uma “estica” do tráfico.
Pendências
Após o episódio, a Vila contratou uma empresa para tentar regularizar a infraestrutura e alvarás.
Camila Zanguini, administradora do projeto de desinterdição, afirmou que seis dos sete itens exigidos pela corporação foram sanados.
Porém, a quarta tentativa de desintegração foi negada pelo Corpo de Bombeiros no início da semana, pela necessidade de adequação da rede elétrica.
A Vila Mimosa já fez a instalação de sinalização, desobstrução de saídas de emergência, instalação de extintores e reparos na instalação de gás.
Segundo Zanguini, as obras devem custar R$ 300 mil e dependem de fundos arrecadados pela atividade da Vila.
Acordo
A administração da Vila defendeu que o espaço seja reaberto sob a condição de conclusão das obras na rede elétrica em seis meses.
"Não há condição de funcionamento, mas descartamos o risco iminente", esclareceu o tenente coronel Anderson Friess, da CBMERJ.
Os oficiais concordaram em dar andamento à desinterdição, mas destacaram a pendência de um engenheiro assinando responsabilidade técnica das instalações elétricas no período.
Amorim, o relator, garantiu que o acordo deve ser concluído dentro de uma semana.
Contestação
A diretoria da Associação de Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa (Amocavim) esteve na audiência.
A advogada da Amocavim, Heredia Alves, pontua que a interdição do espaço prejudicou 5 mil trabalhadoras, além de comerciantes.
Sem o aparato da Vila, explica Heredia, as trabalhadoras ficam expostas à violência e calotes nas ruas do entorno.
A manifestação de prostitutas da Vila, que aconteceria no Palácio Tiradentes, foi cancelada diante do receio de exposição das profissionais.
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