Cidades
'Vivendo de ajuda', camelôs licenciados de Niterói impedidos de reabrir
Impedidos de trabalhar há 24 dias, em Niterói, vendedores dos comelôs licenciados reclamam 'injustiça' por parte do governo municipal. É que desde esta segunda-feira (19) o comércio foi autorizado a reabrir de 8h às 16h no Centro, e o de bairros das 10h às 18h. No entanto, os ambulantes ficaram de fora, segundo consta decreto publicado pelo prefeito Axel Grael, após os indicadores da pandemia do coronavírus apresentarem melhora.
Para Fernando Carvalho, presidente da Associação de Ambulantes de Niterói (Acanit), é contraditório abrir determinados comércios e proibir os camelôs. Ele chega a citar uma possível 'política de privilégios' para um setor econômico, em detrimento de outro.
"Sustentamos a nossa família pelo comércio ambulante na rua. Só queremos exercer o nosso direito de trabalhar e buscar uma vida digna e honesta. Nossa manifestação é pelo trabalho. Somos contra a discriminação dos ambulantes licenciados, que exercem suas atividades econômicas de maneira formalizada", lamenta.
O vendedor Wellington da Costa, de 45 anos, afirma não estar conseguindo quitar as dívidas do último mês, já que teve 100% da renda cortada por conta da pausa das atividades desde 26 de março.
"Simplesmente estou vivendo de ajuda. Zerou o meu orçamento porque infelizmente o nosso comércio já está defasado desde o início da pandemia, quando tivemos perda de 70% da renda. Não somos ingratos, mas, por exemplo: o auxílio Renda Básica de R$ 500 é apenas o cartão para fazer compras. Não é em espécie, e não posso pagar contas"
Renda Básica
Pelo programa Renda Básica Temporária, a Prefeitura de Niterói paga um auxílio mensal de R$ 500 a cerca de 50 mil famílias incluídas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal ou com filhos matriculados na rede municipal de ensino de Niterói. O pagamento é feito através de um cartão de compras, que pode ser utilizado no comércio da cidade.
Questionada, a administração municipal ainda não informou a razão técnica que resultou no impedimento do retorno das atividades praticadas por camelôs licenciados.
A Acanit diz entender o momento de pandemia e o risco do vírus, sendo ainda a favor da ciência. E endossou que sempre que a prefeitura decretou os fechamentos, mesmo com dificuldades, a categoria obedeceu.
De acordo com a associação a indignação se justifica quando até teatros e cinemas tiveram autorização para retornar e os ambulantes que trabalham ao ar livre não.
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