Cidades

Witzel avalia aplicação de multas para descumprimento de isolamento

Estado tem mais de mil infectados. Imagem: Captura de vídeo

O governador Wilson Witzel afirmou durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (7), no Palácio Guanabara, que poderá adotar medidas mais duras para conter o avanço do novo coronavírus. Ao lado do secretário de Saúde Edmar Santos, o governador ainda esclareceu que o Estado segue uma curva razoável de contaminação da Covid-19, com 1.461 casos confirmados.

"Talvez tenhamos que tomar medidas mais coercitivas que foram adotadas em outras partes do mundo. Então, peço mais uma vez: não é momento de ir pra rua e passear nos calçadões", declarou. Em outro momento ele ainda afirmou que poderá fazer um decreto multando quem estiver na rua, que dependerá de autorização da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Atualmente, apesar do achatamento da curva, o percentual de ocupação dos leitos nos hospitais do Estado estão em 23%. Antes da pandemia, esse percentual era de apenas 7%, segundo o governador.

Witzel ainda anunciou que foram encomendados mais de um milhão de testes, mas que o Rio de Janeiro recebeu apenas 50 mil deles. O governador ainda estima a abertura de 3.360 leitos para acolher as pessoas que tenham necessidade, através de hospitais de campanha, no estado e nos municípios.

"Estamos com dificuldade de comprar equipamentos. Segundo estimativas, de 5% a 10% de contaminados pelo vírus precisam de respiradores. Considerando um pico máximo de 16 mil pessoas contaminadas, teríamos que usar 1,5 mil respiradores. Parte desses respiradores e hospitais de campanha ficarão prontos em 30 dias, mas se bater 40 mil casos no Rio de Janeiro, não vamos ter material suficiente. Então, é fundamental que as pessoas fiquem em casa, apesar dos nossos esforços", disse.

Decreto vai permitir que comércio faça entrega em delivery

Assim como acontece com bares e restaurantes, o governador ainda explicou que irá acrescentar um decreto que autoriza que lojas façam entregas através do serviço de delivery.

"Esse foi um acordo que fiz com a Fecomercio e as empresas. Não haverá abertura de lojas e aglomerações. Serão observadas essas limitações, que serão passadas pelos prefeitos. As empresas serão autorizadas a fazer as entregas através do delivery, em casa, seguindo as orientações como temos feito com bares e restaurantes", explicou.

O governador ainda explicou que, como no interior do Estado, alguns municípios não apresentaram contaminação pelo vírus, poderá ser permitida a circulação interna nessas cidades do noroeste do Rio.

"Nossa preocupação é salvar vidas. Mas temos que nos preocupar com economia do estado e município. Nas cidades em que os prefeitos tenham condições de fazer barreira sanitária, o decreto permite que essas cidades possam decidir fazer ou não a circulação interna", informou.

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