Polícia
Acusado de feminicídio pode responder por três crimes em SG
Acusado de tentativa de feminicídio contra uma jovem de 19 anos, no último dia 11 de setembro, no bairro Parada 40, um empresário de São Gonçalo irá prestar depoimento, nesta quarta-feira (6), na sede da Delegacia de Neves (73ªDP). Segundo Leonardo Macharet, titular da distrital, o depoimento do suspeito é peça fundamental para a elucidação do caso. Para ele, não resta dúvidas sobre a participação do empresário na ação criminosa.
“Não temos dúvida sobre a autoria do disparo que atingiu a vítima. A linha de investigação é de que o autor não aceitava o término de um relacionamento com a vítima. Ele não é o principal suspeito, ele é o único suspeito. Poderá responder por tentativa de feminicídio, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo. O depoimento dele é fundamental para a elucidação do caso”.
Leonardo Macharet, titular da 73ª DP
Segundo a vítima, identificada como Nathalia da Silva de Assis, de 19 anos, o acusado não aceitava que ela seguisse a vida independente dele, que já possui um relacionamento com outra mulher.
“Ele é comprometido e acabamos nos relacionando nesse meio tempo. Sabia que era uma coisa errada e já vinha tentando me afastar. Só que ele não aceitava isso e confessava ser ciumento e possessivo. Não esperava que isso fosse acabar dessa forma tão trágica. Por pouco, ele não acabou com a minha vida”, disse a jovem.
A história de tristeza de Nathalia começou na madrugada do dia 11 quando ela foi para uma boate no bairro Mutondo, em São Gonçalo, após sair de seu trabalho no Raul Veiga, na mesma cidade. Isso aconteceu depois do empresário ter feito inúmeros pedidos para que a jovem não frequentasse outros locais em que ele não estivesse por ciúmes.
Após chegar na casa de festas acompanhada de amigos, a jovem se deparou com o empresário em outro camarote acompanhado de um colega em comum. Poucos minutos após a sua chegada, a vítima relatou que o acusado fez diversos pedidos para que ela ficasse ao seu lado na festa, o que foi negado pela mesma em razão da possibilidade da companheira do acusado chegar ao local.
“Estávamos na casa de festa e ele começou a pedir por diversas vezes para que eu ficasse com ele e eu neguei. Logo depois, a companheira dele chegou e ficou um clima tenso, mas não deixei de aproveitar a minha noite. Na saída, houve uma leve confusão e eu fui para um ‘after’ - como é conhecido o evento pós-boate. O colega, que estava com ele, disse que iria sozinho para esse local na Parada 40 e eu enviei a minha localização”, disse a jovem.
O que ela não esperava era a presença do empresário, que foi, junto do colega em comum, para esse “after”. Segundo Nathalia, o acusado chegou no local de forma agressiva e a acusou de ter “dado mole” para outros homens na boate e, em seguida, fez um disparo na direção da jovem. Ela foi socorrida pelo acusado e pelo colega e levada para o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), no Colubandê, onde ficou por cerca de 15 dias internada e teve alta médica, no último dia 27 de setembro.
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