Violência
'Arma falhou', diz entregador ameaçado por casal em Niterói
Leonardo Muniz se envolveu em uma discussão por conta do lanche
Um motoboy alega que foi ameaçado com uma arma por um casal depois que se recusou a subir em um condomínio para entregar um lanche, na noite do último sábado (10), no bairro Várzea das Moças, em São Gonçalo.
Leonardo Muniz Soares, de 28 anos, conta que chegou ao local e pediu para que chamassem a moradora. Em seguida, ele conta, a mulher desceu dizendo que ele deveria subir para fazer a entrega do alimento. O profissional alegou que não era obrigado a subir, de acordo com orientação da plataforma.
"Cheguei lá para fazer a entrega dela no condomínio e pedi ao porteiro para interfonar. Ela fez a solicitação do pedido pelo iFood. Ele interfonou e ela desceu cheia de ignorância falando que todo mundo sobe e que eu deveria subir também no andar dela para fazer a entrega. Eu avisei que não era obrigado a subir pelo iFood, aí começamos a discutir”, afirmou. O caso foi registrado como ameaça na 81ª DP (Itaipu).
Após o momento tenso na frente do condomínio, Leonardo voltou à loja, em Itaipu, para devolver a entrega. Lá, ele se deparou com o marido da mulher, armado, que o ameaçou.
“Aí eu vi ela e o companheiro dela já lá no local. Eu parei a moto, ela me avistou e o homem que estava com ela veio em minha direção e sacou a arma. Ela ainda tentou entrar na frente, pedindo calma. Eu tentei sair com a moto, mas não consegui. Eu pulei da minha moto e comecei a rolar no chão. Me machuquei, machuquei o joelho e fugi. Graças a Deus, a arma dele falhou”.
Uma medida protetiva foi pedida pela defesa de Leonardo para que a mulher não se aproxime do motoboy
Uma medida protetiva foi pedida pela defesa de Leonardo para que a mulher não se aproxime do motoboy.
Leonardo está há dez anos atuando na profissão e há três meses no iFood. Ele conta que nunca passou por situação semelhante.
“Eu sempre subi, só não subi essa vez porque quebrei a bacia e estou sentindo muita dor. Eu sempre subi, mas quando explico para as pessoas o meu problema na bacia, todas entendem. Ela disse que eu xinguei ela, mas não xinguei, só disse que eu não era garçom e não ia entregar a comida na boca dela”, afirmou. O iFood também esclareceu, em outras ocasiões, que o motoboy não é obrigado a subir nos prédios para realizar as entregas.
Segundo ele, o suporte da empresa foi informado da situação, mas que só deu assistência deu dois dias depois. Câmeras de segurança da região devem ser analisadas pela polícia.
O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu). A Polícia Civil informou que “a mulher que fez o pedido foi identificada e será intimada a prestar depoimento. Diligências estão em andamento para identificar o homem que estaria armado e teria ameaçado o entregador.”
O iFood foi procurado e respondeu que não tolera o uso da violência, seja ela física ou verbal, e que assim que tomaram conhecimento do caso fizeram as apurações internas e bloquearam a cliente, assim como foi prestada a assistência necessária.
A empresa ressalta ainda que: "não existe obrigatoriedade de subir para realizar a entrega diretamente no apartamento do cliente, por entender que há variáveis como regras de condomínio, questões de segurança ou por não existir condições de estacionar a moto na via pública. Descer para buscar o pedido é uma das formas que podemos adotar no dia a dia para demonstrar respeito aos entregadores. Reiteramos que as boas práticas na relação com entregadores têm sido reforçadas constantemente nos canais de comunicação da empresa e também em campanhas nas redes sociais, e pelo próprio aplicativo para clientes."
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