Grito por justiça

Ato reúne famílias de crianças mortas em operações no Rio

Protesto ocorreu em frente à sede do Governo do Estado

O ato foi organizado pela vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo e vice presidente da Comissão de Direitos Humanos do Rio
O ato foi organizado pela vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo e vice presidente da Comissão de Direitos Humanos do Rio |  Foto: Péricles Cutrim
 

Familiares de jovens e crianças mortas durante operações policiais no estado do Rio de Janeiro se reuniram na manhã desta quinta-feira (17), em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, em um grito por justiça.

O grupo, formado por pais, mães, tios e avós, caminhou pedindo por um preparo maior da Polícia Militar na execução das operações em comunidades. Dentre os presentes estavam o pai e a mãe de Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, morto na Cidade de Deus no dia 7.

"A força é buscar por justiça! Nem eu sabia que eu era forte assim. E também porque eu tenho mais 3 filhas e se eu não lutar e pedir por justiça, quem vai pedir? Só quero justiça e que quem fez isso com meu filho seja responsabilizado. Foram afastados, mas isso é pouco, tem que ser preso!", disse a mãe Priscila Menezes, de 33 anos.

A atriz Malu Mader também marcou presença ao lado do marido, o músico Tony Bellotto
A atriz Malu Mader também marcou presença ao lado do marido, o músico Tony Bellotto |  Foto: Péricles Cutrim
 

O ato foi organizado pela vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Rio. A atriz Malu Mader também marcou presença ao lado do marido, o músico Tony Bellotto.

"Aqui tem mulheres adoecidas pelas perdas dos seus filhos. Esse Palácio é construído pelo sangue dos nossos filhos. É o Rio que é construído sobre os nossos sonhos, pelas nossas dores", disparou a vereadora.

Grupo de pais, mães, tios e avós caminhou pedindo por um preparo maior da Polícia Militar
Grupo de pais, mães, tios e avós caminhou pedindo por um preparo maior da Polícia Militar |  Foto: Péricles Cutrim
 

Também participou do manifesto a funcionária da Secretaria de Meio Ambiente, Márcia Jacinto, de 61 anos.

Ela perdeu o filho, Hanry Silva, morto por um policial militar em 2002 com um tiro no peito, no Morro do Gambá, no Lins de Vasconcelos. O ex-militar Paulo Roberto Pashuini foi condenado, em 2019, a 11 anos de prisão pelo assassinato.

"As comunidades do Rio continuam sangrando! A minha luta, a minha força, é para que isso pare. Meu filho estava vindo da casa de um amigo, de tarde, eu escutei os tiros. Meu filho foi morto com um único tiro no coração. Na favela é mais fácil mostrar para a sociedade que nós somos os bandidos", relembra.

Ato de justiça pelas mortes de jovens e crianças no Rio
Ato de justiça pelas mortes de jovens e crianças no Rio |  Foto: Péricles Cutrim

< Homens são presos por furto de cabos em São Gonçalo Acusado de envolvimento na morte de motorista é preso no Rio <