Antes do Governo do Estado lançar nesta segunda-feira (6) o programa da Polícia Militar: Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, o 12º Batalhão de Niterói já realizava um trabalho similar e agora a unidade conta com a 'Sala Rosa', onde as vítimas recebem atendimento e acompanhamento.
De acordo com o comandante da unidade, tenente-coronel Sylvio Guerra, o trabalho teve início em setembro de 2018, na gestão do então comandante do batalhão, o tenente-coronel Márcio Guimarães, que trouxe o projeto do interior quando comandou batalhões de lá.
"Niterói já fazia a ronda Maria da Penha e já tínhamos um desenvolvimento de ações dentro do projeto. Aprontamos a sala e estávamos só aguardando as determinações do comando, pois acabou virando um programa institucional", explicou Guerra.
O coronel Márcio Guimarães, idealizador do projeto, disse que ficou muito feliz por sua ideia ter sido institucionalizada.
"A população só tem a ganhar com isso. Foi um projeto inovador que conseguimos emplacar e deu muito certo", relembrou.
Segundo o major Fábio Neves, coordenador do projeto no 12ª BPM, a ideia da sala surgiu para suprir a necessidade da vítima que não pode ser acompanhada em casa por morar em uma área de risco, por exemplo.
"A mulher em situação de vulnerabilidade ou aquela que infelizmente já sofreu agressão, pode procurar o batalhão que teremos um atendimento especializado. Então, ela pode vir até a nossa unidade que será ouvida por uma policial feminina e vamos tomar as medidas cabíveis além de oferecer orientação" destacou.
Os policiais do batalhão depois de prestarem o atendimento a vítima, realizam o acompanhamento na residência das vítimas.
Dados
De acordo com o Major Neves, cerca de 200 chamadas que chegam através do telefone 190 para acionamento da polícia, violência doméstica só perde para as ligações com denúncias sobre "pertubação da ordem".
Durante os 10 meses que o projeto está em andamento já ouve redução nos números. De setembro a janeiro, houve uma redução de 17% nas ligações via 190 para violência doméstica. Já de janeiro a junho, os números caíram 33%.
Ajuda
O batalhão disponibiliza uma linha direta para vítimas realizarem denúncias e pedir ajuda, através dos números: Niterói - 97626-5064 e Maricá - 97626-9043.
Segundo a Cabo Monique, policial que faz parte da equipe que atende denúncias de Niterói, em abril deste ano, um agressor foi preso após a esposa ter pedido socorro, depois de enviar uma mensagem para o canal direto do batalhão.
"A vítima foi casada há mais de 15 anos com agressor. Já tinha sofrido inúmeras agressões físicas, como queimaduras de água fervente, além de ele ter lançando sua cabeça contra parede.
Ainda de acordo com a PM, o casal já está separado. A vítima estava em um hospital quando o agressor a ameaçou de morte. De acordo com a denúncia, ele estava com uma chave de fenda para cometer o crime.
"Após ela pedir o socorro via SMS para o telefone da guarnição, de imediato procedemos ao local dando voz de prisão e ele foi direto para a Deam Niterói", relembrou a policial.
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