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    Terror

    Bomba explode em escola de São Gonçalo e causa danos a alunos

    O caso está em investigação pela Polícia Civil

    Publicado 26/09/2022 às 10:33 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    A unidade de ensino foi procurada neste sábado, mas não se posicionou
    A unidade de ensino foi procurada neste sábado, mas não se posicionou |  Foto: Lucas Alvarenga

    "Eu lembro que vi minha irmã e ela me abraçou falando que estava com muito medo de morrer". Essa declaração é da estudante de Direito Jayne Albuquerque, de 23 anos, irmã de Jéssica Albuquerque, uma das alunas que foi atingida por uma bomba no Colégio Elite, localizado no Centro de São Gonçalo, no último dia 16. As crianças atingidas pelo artefato estão psicologicamente abaladas, além de estarem também com problemas na audição por causa do barulho alto de quando a bomba explodiu. 

    Os relatos de diversos alunos dominaram as redes sociais nos últimos dias. Segundo as informações, uma aluna teria entrado na escola com uma bomba, do tipo 'cabeção de nego', e, durante a aula, ela jogou o artefato dentro de sala de aula, atingido alguns alunos. O alvo da aluna que estava com a bomba seria uma colega de sala. As duas teriam, supostamente, problemas.

    Jayne contou como foi o desespero de sua irmã no dia do ocorrido. "Ela ligou para a gente desesperada falando que uma bomba tinha estourado dentro da sala e perguntou se podíamos fazer algo. Fomos para lá imediamente e vimos outros alunos, todos estavam gelados e com os olhos arregalados. Primeiro, eles acharam que era um ato terrorista e que alguém tinha entrado na escola para jogar a bomba, depois alguns colegas de sala falaram que viram essa menina jogando a bomba na direção da minha irmã e da menina que seria o alvo. Todos eles ainda relataram que na hora ouviram um barulho muito forte, que foi escutado também no térreo, mesmo com a sala deles sendo no segundo andar, e muita fumaça", contou a irmã de uma das vítimas. 

    A situação traumatizou os adolescentes. "Minha irmã contou ainda que na hora eles só conseguiam gritar os amigos, pedindo que eles se escondessem. Minha irmã e os colegas são do nono ano militar, eles entraram nessa escola com o sonho de seguir num colégio militar específico, mas agora muitos deles estão com problema na audição por causa dessa bomba e, por isso, podem não conseguir fazer a prova de seleção para a qual estão estudando durante todo o ano, já que qualquer limitação do tipo não é aceita nessas escolas. Uma das meninas, a principal atingida, está com os tímpanos estourados. Por causa de uma impusilvidade de uma aluna, outros irão ter seus sonhos destruídos", afirmou Jayne. 

    A irmã dela e a principal vítima, uma adolescente de 14 anos, não são as únicas que estão com problemas de audição. Mais três alunos foram atingidos pelo artefato e também estão com problemas para ouvir. Ao todo, nove estudantes da unidade de ensino estão com medo de retornar às aulas e com medo de conviverem com a suposta acusada de ter lançado a bomba. 

    "Eles não sabem o que ela ainda pode fazer e nem nós sabemos. A menina continua frequentando as aulas mesmo depois de tudo o que ela fez. Minha irmã, por exemplo, esses dias foi até uma casa próxima da nossa e voltou correndo, porque ouviu um barulho alto e já ficou com medo de ser uma bomba. Estão traumatizados, são crianças! Na segunda-feira após o caso, a Jéssica foi para a aula o e a escola ligou para a gente dizendo que ela não estava bem. Fomos buscá-la e ela estava com medo, chorando por causa do trauma e ela não era de chorar antes", afirmou a irmã de uma das vítimas de 15 anos. 

    Ainda segundo Jayne, a escola disse que não vai retirar a menina que supostamente seria a que lançou a bomba na sala por falta de provas. "A escola falou que iria prestar apoio psicológico, mas ainda não prestaram. A acusada continua estudando na unidade de ensino e eles falaram que como não viram, não podem acusar a menina. Até indagamos sobre câmeras de segurança nas salas, mas fomos informados de que não existem", contou a estudante de Direito. 

    O caso foi denunciado na 72ª DP (Mutuá) e, segundo a Polícia Civil, segue em investigação para esclarecimento do fato. Algumas testemunhas já foram ouvidas na unidade policial. 

    O Colégio Elite emitiu uma nota informando que está ciente do caso e que um inspetor extra foi escalado para atuar na sala aonde o incidente aconteceu. Eles também informaram que ofereceram prestaram apoio psicológico aos alunos atingidos. 

    "Reiteramos que repudiamos qualquer tipo de violência. Atitudes como essas ferem os valores do Elite e não podem ser aceitas em hipótese alguma. Seguiremos colaborando com as autoridades e atendendo às famílias do Elite e nos colocamos à disposição em caso de dúvidas", informou a nota da instituição.

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