Polícia
'Cachorrada' vira caso de polícia na Zona Sul de Niterói
Dezenas de animais abrigados na casa de uma aposentada de 50 anos viraram motivo de preocupação e transtornos para a própria moradora e vizinhos de um condomínio na Zona Sul de Niterói, isso por conta do barulho constante dos cães.
A dona dos bichos se auto declara defensora dos animais e costuma recolher cães abandonados nas ruas. Já são 38 no imóvel. Além disso, ela mesmo alega que após parar de recolher animais se tornou comum pessoas os abandonarem na porta do condomínio onde reside.
O imóvel fica na Rua Itapuca, no Ingá, e além da dona dos animais, residem outros familiares. Na tarde desta terça-feira (23), uma confusão envolvendo os animais no terraço do prédio virou caso de polícia. A dona dos bichos foi acusada de maus tratos por vizinhos na região.
Em sua defesa, ela responsabiliza o Poder Público de omissão com relação a um pedido de ajuda feito para recolher os cachorros abandonados.
Segundo ela, quase R$ 4 mil são gastos em rações por mês, inclusive com ajuda de vizinhos, e garante que os animais não vivem em condições insalubres. Por outro lado, vizinhos também questionam os latidos constantes.
“Estou sofrendo perseguição e maldade de alguns vizinhos. Eu tenho as notas que comprovam a compra dos alimentos para eles. Eu reponho a ração duas vezes por dia", explicou a mulher, que considera a casa um lar temporário.
Ela ainda argumenta que limpa o espaço onde os cachorros vivem três vezes ao dia e garante se dedicar integralmente aos cães.
Denúncias
Uma moradora que preferiu não se identificar, disse que a agitação dos animais é constante.
“Já fizemos até um abaixo-assinado para ver se ela tira os cachorros daqui. Não tem horário para eles latirem. É dia e noite. Ela gosta de criar os bichos, mas não tem condições de comprar rações para essa quantidade de animais. Por conta desses latidos, a gente acha que eles estão morrendo de fome”, reclamou.
Esta não é a primeira vez que vizinhos fazem denúncias contra a moradora. Na semana passada, o Ministério Público esteve na residência e constatou o número expressivo de animais. No entanto, segundo a acusada, não houve indícios de insalubridade.
“Os agentes disseram que iriam me ajudar a recolher, mas ainda não sabiam de que maneira e para onde os animais iriam”, completou a protetora.
Adoção
Pela internet nas redes socais a protetora atua em campanha pela adoção de animais abandoados: ‘Abrigo, Adote Um Amigo’.
“Eu preciso de auxílio. Agradeceria muito se as pessoas pudessem adotar. Os poucos moradores de um prédio aqui próximo fizeram um abaixo-assinado para levar à polícia, devido aos latidos, sendo que um deles deixou uma cadelinha aqui para eu cuidar e nunca mais apareceu”, lamentou.
Segundo a polícia, a acusada responderá em liberdade com base no Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.695/98, que pode trazer detenção de três meses a um ano e multa.
FMS
Conforme a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Niterói, uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) será enviada ao local para verificar a situação.
Por meio de nota, a FMS alegou que a tutela do animal cabe ao proprietário e afirmou ainda não havia recebido denúncias sobre o caso.
Niterói conta com o Centro de Controle Populacional de Animais Domésticos (CCPAD), que segue como política pública o incentivo a adoção responsável e consciente, e realiza campanhas em feiras e escolas, com a distribuição de cartilhas informativas.
O CCPAD já realizou cerca de quatro mil cirurgias de castração em cães e gatos desde a sua inauguração, em 2017. O equipamento, que funciona no Horto do Fonseca (Travessa Luiz de Matos, 105), abre vagas para castrações a cada dois meses.
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