Violência
'Cadê a Justiça?', diz parente de técnica de enfermagem morta no RJ
Suspeito conheceu a vítima no local de trabalho
A técnica de enfermagem Rita de Kássia Nogueira Matias Santos, de 27 anos, foi encontrada morta em uma residência localizada no bairro de Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio, na noite desta terça-feira (15).
Testemunhas acreditam que ela pode ter sido mais uma vítima de feminicídio. A última pessoa que teve contato com Rita foi um homem, identificado como Iago Lacê Falcão, de 26 anos, com quem a técnica estava se relacionando há pouco mais de um mês.
Ele foi ouvido na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e confessou o crime, mas não foi preso. O suspeito deletou as redes sociais após o caso.
Rita, que atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nilópolis, na Baixada Fluminense, estava desaparecida desde domingo (13). Em uma das últimas informações que se tem da vítima, ela entrou no carro do suspeito e ele disse que a deixou no viaduto de Ricardo de Albuquerque. Depois, a jovem nunca mais foi vista.
Familiares contam que Rita e o suspeito estavam se relacionando há pouco mais de um mês, mas ela pensava em voltar com o ex-noivo, de quem estava separada há 3 meses. Eles continuavam amigos.
“Ela saiu de casa no domingo, por volta 20h10, com esse cara e depois não foi mais vista. A mãe dela chegou a mandar mensagem pra ele para que ele desse explicações. Ele disse que deixou ela no viaduto de Ricardo de Albuquerque, mas sem sucesso, procuramos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nada. Ontem, recebemos um telefonema de um policial falando que o corpo tinha sido encontrado e que o suspeito tinha se apresentado na delegacia”, disse um familiar que estava no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto nesta quarta-feira (16) para liberar o corpo para o velório.
Indignação
A família ficou indignada porque o suspeito teria supostamente confessado o crime, mas segue solto.
“O corpo, por exemplo, foi achado em uma residência do suspeito, que tem lama, mato e lixo e parece até cativeiro e não há pedido de prisão contra ele. Infelizmente, a encontramos sem vida. Cadê a justiça?”, disse o familiar.
O corpo de Rita foi encontrado, segundo a família, com sinais de violência. O piercing, que ficava nos seios dela, foi arrancado e as mãos e pés estavam amarrados, com a cabeça machucada, os olhos esbugalhados e supostamente com sinais de enforcamento.
Eles se conheceram em uma maternidade na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde Rita também trabalhava. O suspeito também trabalhava no local.
“As amigas dela falaram que esse suspeito que ela conhecia há um mês. Eles viviam um relacionamento bom no início, mas depois de uns dias ele começou a mandar mais de 100 mensagens por dia para ela e começou a ser um relacionamento meio abusivo, onde ele não deixava ela viver. Ela queria voltar com o ex-noivo, que ela vivia um relacionamento de mais de 10 anos e esse pode ter sido o motivo no qual ele matou ela. Ela era uma pessoa maravilhosa e não merecia isso”, afirmou.
O que diz a polícia
A Polícia Militar confirmou que agentes do 9º BPM (Rocha Miranda) foram acionados para verificar o corpo de uma mulher que havia sido encontrado em uma residência no bairro citado.
No local também estava uma equipe da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que realizava a perícia. Segundo a Polícia Civil, o caso foi comunicado na DHC pelo autor, na noite desta terça-feira (15).
Durante a madrugada, diversas diligências foram realizadas a fim de apurar as circunstâncias do fato. Foram realizadas perícia no local onde o casal se encontrou e no veículo dele.
Imagens de câmeras estão sendo analisadas e a unidade aguarda o laudo de necropsia. Outras diligências seguem, porém não podem ser detalhadas, no momento, para não prejudicar o êxito da investigação.
Até o momento, ninguém foi preso. Ainda não há informações sobre o enterro da vítima.
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