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    Caso Marielle: ex-PM delator será transferido de presídio

    Família de Élcio de Queiroz vai receber proteção

    Publicado 25/07/2023 às 7:08 | Autor: Enfoco
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    Élcio de Queiroz deu detalhes sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
    Élcio de Queiroz deu detalhes sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes |  Foto: Tribunal de Justiça

    O ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, realizou uma delação premiada à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Após ter dado detalhes sobre o crime, ele será transferido para um presídio estadual não divulgado, e sua família receberá proteção.

    Élcio dirigiu o carro usado no atentado contra Marielle em 2018 e está preso desde 2019, junto com o ex-policial Ronnie Lessa, responsável pelos disparos que mataram a vereadora e Anderson.

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    Em sua delação, Élcio afirmou que Lessa confessou ter tentado matar Marielle em 2017 e revelou detalhes da comunicação e planejamento do crime, no qual foi utilizado o aplicativo Confide, que teria três camadas de segurança.

    Segundo Élcio, quem intermediou a ordem para matar Marielle foi o sargento da PM Edimilson Oliveira da Silva, executado em 2021.

    O ex-PM esperava ser absolvido por falta de provas, mas diante das novas evidências que o incriminavam, decidiu fazer a delação, que expôs o envolvimento de outros suspeitos e suas conexões no caso. Nesta segunda-feira (24) Maxwell Simões Corrêa, o Suel, foi preso em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. 

    Maxwell já havia sido preso pelo caso em 2020 por atrapalhar as investigações e foi condenado a quatro anos de prisão em 2021. Ele estava em regime aberto. A deleção aponta que ele custeava as despesas do grupo com advogados.

    As investigações também indicam que Suel é o dono do carro onde Lessa escondeu as armas e ajudou a jogar as armas do homicídio das vítimas no mar. 

    Arma usada no crime era do Bope

    Segundo Élcio, a arma utilizada para matar Marielle foi obtida a partir do extravio de um incêndio no Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Ele afirmou que o coacusado Ronnie Lessa tinha uma relação de afeto com a arma, pois havia trabalhado no BOPE anteriormente.

    No depoimento obtido pelo jornal O Globo, Élcio revelou que Ronnie reformou a arma, deixando-a em perfeitas condições. Quando questionado sobre quem vendeu a arma para Ronnie, ele não soube informar se o vendedor era um policial militar ou não.

    "Alguém que tinha acesso às armas. Eu nem sei se realmente houve esse incêndio, ele passou que houve, já ouvi boatos que houve incêndios, mas eu não sei quando foi, não sei nem se eu estava na Polícia Militar; mas ele me passou que foi essa situação", disse.

    O caso 

    Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos na noite de 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi atingido por 13 disparos, feitos de um outro carro que os seguia desde a Lapa, onde a vereadora havia participado de um encontro político. 

    Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, quase um ano depois, em 12 de março de 2019, como executores do assassinato e continuam presos à espera de julgamento. Ambos negam participação nos crimes. 

    Até agora, no entanto, as investigações não conseguiram identificar se houve um mandante, quem seria essa pessoa e quais seriam suas motivações.

    As investigações apontam ainda que Marielle foi morta por questões políticas. 

    “Desde a denúncia de Ronnie e Lessa, já se coloca que o crime foi praticado por conta também das causas defendidas por Marielle, mas não se exclui outras motivações”, contou o promotor Fábio Corrêa. Marielle era o principal alvo do dia do crime. 

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