Inquérito

Caso Marielle ganha novo capítulo envolvendo o Google

Dados da plataforma podem levar aos mandantes

A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada em 2018
A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada em 2018 |  Foto: Divulgação
 

O cruzamento de dados digitais entregues pelo Google ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio, pode encerrar o inquérito sobre a autoria dos assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes. Esse material foi entregue no recesso de fim de ano de 2022, após uma longa negociação com a Google americana.

Segundo o Jornal O Globo, para dobrar resistências, o Gaeco delimitou o campo de pesquisa. Traçou dois perímetros, com base na triangulação de antenas (ERBs), no local dos assassinatos, no Estácio, Zona Norte do Rio, e no local onde estava um dos principais suspeitos do mando do crime, ocorrido em 14 de março de 2018.

Depois, reduziu a solicitação de clientes que pesquisaram na plataforma digital o nome de Marielle e outras combinações ligadas à vereadora do Psol dias antes dos crimes.

Ainda sob análise, conforme O Globo, o cruzamento dos dados dos perímetros mostrará se houve algum contato entre o suspeito e os executores. Caso esse contato venha a ser comprovado, o inquérito sobre os mandantes estará resolvido. 

Outra linha de investigação, segundo o Jornal O Globo, é a das pesquisas no Google. A expectativa é apenas a de reforçar as provas já colhidas contra os executores, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiróz, que estão presos e serão levados a júri popular pelos dois assassinatos.

Porém, se os cruzamentos fracassarem, restarão apenas as quebras de alguns celulares apreendidos durante as investigações, uma eventual confissão dos réus para abrandar as penas ou ainda uma delação de presos, acusados de integrar a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, que teriam supostamente conhecimento sobre a autoria, apontou a publicação.

Após quatro anos e meio de investigações, a polícia prendeu apenas os dois supostos executores da parlamentar, o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, presos em presídio federal, aguardando o julgamento pelo crime. 

Porém, até o momento, não apareceu nas investigações se houve um mandante do assassinato. Marielle foi assessora do então deputado estadual Marcelo Freixo, na CPI das Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 2008. 

O relatório final pediu o indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis, levando diversas pessoas à cadeia.

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