Fatalidade
Caso Rhuan: amiga conta como jovem foi morto por PM em São Gonçalo
Karine Lopes estava com Rhuan no momento em que ele foi atingido
O desfecho do caso do jovem Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, morto após ser baleado no intestino e no fígado na noite do último domingo (18), em uma abordagem da Polícia Militar, em São Gonçalo, deixou amigos e familiares indignados.
Na porta do Pronto Socorro Central (PSC), a amiga que presenciou a situação contou detalhes sobre o momento do ataque.
Conforme Karine Lopes, os dois estavam voltando do aniversário da mãe do jovem, Fernanda Garcia, e iam em direção ao Bar da Baiana, no Porto do Rosa. Karina estava de moto e o jovem seguia de carro com o primo.
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‘Tem aquele trevo que a gente desce o Portão do Rosa e tem uma bandalha que passa pedestre e moto. A gente seguiu direto pela bandalha que só passa moto e pedestre. Quando ele (Rhuan) viu a gente passando direto, ele voltou subindo em direção a BR. Aí quando eu olhei para trás e vi que ele estava voltando, eu comecei a gritar: 'Rhuan, aqui não passa carro'".
Após o alerta dado pela amiga, o jovem pegou a via novamente para realizar o retorno, foi neste momento que o ataque teria acontecido.
‘’Nisso que ele fez o retorno, eu ouvi os policiais. A gente não tinha visto os policiais porque eles estavam numa parte da BR totalmente escura e não ligaram o giroflex. Aí eu ouvi gritando: 'Para, para, para!’, quando eles falaram, eu já estava olhando para trás, pulei da moto andando em direção ao carro, aí Rhuan parou.''
Foi quando eles efetuaram os disparos. Foi só tiro de fuzil, foram vários tiros. Quando eles deram o tiro eu comecei a gritar: 'Para! Ele é trabalhador, ele é trabalhador!'
Em seguida, Karina se deu conta de que o amigo havia sido baleado.
"Quando eu olhei, o Lucas, que é o primo dele, já estava enquadrado pela polícia no matinho ali da BR e Rhuan deitado no chão. Quando eu vi Rhuan deitado no chão, achei que ele tinha se machucado quando saiu do carro, alguma coisa assim. Aí eu vi ele encolhido, e que não tinha nada na perna. Quando vi: um tiro na barriga", relatou Karine, ainda em choque.
Ela destacou ainda que apenas um dos policiais prestou socorro ao jovem. "Somente um policial veio ajudar e pediu para ajudar a botar ele no carro para ser socorrido. Não teve [troca de] tiro, não teve nada", enfatizou.
Trabalhador
Rhuan morava no bairro Nova Cidade, em São Gonçalo, e trabalhava como sócio em um depósito local, posição que, segundo seus amigos e familiares, conquistou com muito esforço.
"Ele é uma pessoa maravilhosa, um bebê grande. O que ele tinha de tamanho, ele tinha de bebê. Trabalhador, sempre trabalhou. Ele ficou todo bobo quando virou sócio do depósito onde ele trabalhava", contou Karine Lopes.
Velório
O enterro de Rhuan será na quarta-feira (21), no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo. A cerimônia está prevista para começar a partir das 8h.
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