Rio

Chefe da milícia é preso acusado de sequestrar juiz americano

Homem é apontado como líder da milícia que atua em Jacarepaguá

Imagem ilustrativa da imagem Chefe da milícia é preso acusado de sequestrar juiz americano
|  Foto: Reprodução
 

Erivaldo Juvino Silva, mais conhecido como Nem da Malvina, foi preso nesta segunda-feira (11) sob acusação de participar do sequestro de um juiz americano, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O homem foi identificado como um dos principais chefes da milícia que atua em Jacarepaguá, na Zona Oeste. 

Erivaldo, ao lado do irmão Damião Juvino da Silva, ou Damião da Malvina, comanda um grupo paramilitar que atua em seis comunidades da Taquara.

Segundo as investigações, os irmãos estão aliados a Leandro Xavier da Silva, conhecido como Playboy da Curicica, que também atua na mesma região.

O grupo, segundo a polícia, faz parte da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que entrou em guerra no final do ano passado e neste ano com Danilo Dias Lima, o Tandera, pelo território de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto durante uma ação da Polícia Civil em junho do ano passado.

Preso em março de 2016, Erivaldo já era cotado como o chefe da milícia na Taquara e suspeito de cometer assassinatos. Ele estava foragido e foi detido por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) enquanto portava um fuzil com luneta, uma pistola e um colete à prova de bala.

Em abril de 2017 ele foi condenado à 4 anos e 8 meses de prisão, por porte ilegal de armas. O juiz Marco José Mattos Couto, da 1° Vara, que decretou a sentença, declarou que os maus antecedentes e a reincidência do réu já eram o suficiente para render duas condenações. Contudo, em fevereiro deste ano, a justiça concedeu liberdade condicional ao 'Nem da Malvina'.

Nesta segunda, um grupamento policial formado pela Delegacia Antissequestro (DAS), pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) e pela 24ª DP (Piedade), prenderam o miliciano sob acusação de extorsão, devido ao sequestro do juiz, que foi liberado no mesmo dia pelos agentes.

O caso

Os policiais começaram a investigar o caso após a 24ª DP (Piedade) ter recebido as informações de um sequestro onde os bandidos estavam exigindo uma quantia de dinheiro para o resgate. Segundo a polícia, a vítima teria sido capturada após receber duas garotas de programa no quarto e acabou sendo rendida por homens no flat da Zona Sul. Elas foram presas.

Segundo apontam as investigações, Shayna Xavier Monteiro da Silva e Beatriz Freitas dos Santos levaram os dois homens para dentro do quarto. Elas renderam o magistrado, roubaram cerca de R$8 mil e U$100 dólares, e levaram ele para um outro local, diz a polícia.

O juiz, em depoimento à polícia, disse que tem o costume de vir para o Brasil e se hospedar nos flats em Copacabana. As mulheres com quem o magistrado se encontrou já eram conhecidas de viagens anteriores do homem ao Brasil.

Segundo o relato, as mulheres passaram a noite e, no dia seguinte, pediram um carro de aplicativo para retornarem as suas casas, por volta das 11h30, contudo, voltaram a bater na porta do flat, acompanhadas de dois homens, que renderam o magistrado.

Os dois suspeitos que bateram na porta se apresentaram como policiais e falaram que o juiz estava preso. Um dos homens portava uma pistola, segundo relatou a vítima. O outro foi reconhecido como Erivaldo, pelo magistrado.

Os suspeitos colocaram a vítima dentro de um carro e levaram ele para o Recreio dos Bandeirantes, perto de um ponto de táxi. Foram horas de negociações até os policiais conseguirem prender o Erivaldo. O juiz foi liberado, sem nenhum pagamento de resgate. Os policiais estão buscando por mais envolvidos no crime.

< IBGE: 1 a cada 7 adolescentes sofreu alguma violência sexual Câmara retoma nesta quarta votação da PEC dos Benefícios Sociais <