O clima é de tensão na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira (7), onde agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Grupamento Aeromóvel (GAM) realizam uma operação horas após a morte do sargento Ângelo Rodrigues de Azevedo, que estava na Corporação desde 2000. O militar foi atingido na cabeça por um tiro durante uma operação na região. Ele chegou a ser socorrido ao hospital, mas não resistiu e morreu no início da noite desta terça (6).
Um helicóptero blindado da Polícia Militar sobrevoou diferentes pontos do complexo de comunidades. Quem passou pelo local não escondeu o clima de medo.
Uma moradora, que preferiu não se identificar, contou como foi a situação no interior da comunidade Bateau Mouche nas primeiras horas desta manhã.
"Da minha janela eu vi o helicóptero sobrevoando. Havia muitos policiais subindo a ladeira da rua onde eu moro. Ficou um grupo na rua e outro entrou na mata. A aeronave estava sobrevoando a mata depois que os policiais entraram lá", disse.
Algumas ruas de acesso às comunidades da região ficaram desertas e os poucos trabalhadores que trafegavam confessaram que estavam com receio de voltar para casa.
"Estou indo trabalhar mas não sei como vai ser a volta pra casa. Tomara que isso acabe logo", disse um vendedor.
Segundo os moradores, a aeronave sobrevoava diferentes comunidades. Além da Bateau Mouche, a PM também atuou nas região da Caixa D'água e Mangueirinha.
Após a informação de que criminosos da região teriam dado ordem para que moradores fizessem protestos em um ponto de mototáxi, e inclusive queimassem o BRT, policiais do 18° BPM (Freguesia) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) abordaram veículos suspeitos na rua Candido Mendes.
Aulas remotas
Por conta da operação, o Centro Municipal de Referência da Pessoa com Deficiência, e também o Centro Integrado de Educação Pública Doutor Adelino da Palma Carlos, tiveram as atividades suspensas.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, três unidades escolares na região da comunidade Bateau Mouche prestam atendimento remoto, para garantir a segurança de alunos e funcionários, em decorrência de operações policiais em curso na área. Já a Secretária Municipal de Saúde informou que todas as unidades estão funcionando normalmente.
Tiago Souza
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