Polícia
Comoção em enterro de idosa baleada em São Gonçalo
A vendedora de cloro Maria dos Remédios Vilarinho de Jesus, de 65 anos, foi enterrada na manhã desta terça-feira (17), no Cemitério São Miguel, no bairro de mesmo nome, em São Gonçalo. Cerca de 70 pessoas acompanharam o cortejo.
A idosa morreu no último domingo (15), quando passava acompanhada pelo filho pela Rua Doutor Albino Imparato, no Jardim Catarina. Segundo a polícia, eles estavam em patrulhamento na comunidade quando receberam informações sobre criminosos em uma motocicleta que estariam efetuando assaltos.
Ainda de acordo com a PM, ao tentar realizar a abordagem, os motoqueiros fugiram. Momentos depois, os militares se depararam com criminosos armados, que efetuaram disparos em direção às viaturas. Os policiais procuraram abrigo e não revidaram os disparos.
A idosa acabou ferida durante a ação. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
A família, no entanto, não concorda com a versão dos militares. Durante o enterro, um familiar da vítima contou que os PMs entraram atirando na comunidade.
"A polícia entrou dando rajada de tiros entre as ruas 9 e 10. Depois que viram que a Maria estava morta, eles (os PMs), ainda xingaram o filho dela o Marcelo, querendo levar preso, por desacato a autoridade. Há pouco tempo aconteceu o mesmo lá com outra senhora que a gente conhecia. Não tínhamos nos recuperado da primeira tragédia e aconteceu isso novamente", disse a mulher.
A mulher deixa três filhos, de 36, 26 e 40 anos, além de quatro netos. O Natal da família, que seria comemorado esse ano na casa da idosa, não será mais um momento de alegria.
"Dessa vez, íamos comemorar o Natal na casa dela. Cada ano é na residencia de um. Agora, não temos nem mais clima para isso. Ela era uma ótima pessoa, gostava de ajudar os próximos e era muito animada", continuou.
Na manhã desta terça, família irá realizar uma manifestação na rodovia BR-101, na altura do Jardim Catarina. "A gente quer justiça e evitar novas tragédias", finalizou a familiar.
Abalado, o afilhado de Maria dos Remédios, que foi criado pela mulher não conseguiu falar com a imprensa. "Eu quero sair daqui de dentro (do cemitério). Olha o que fizeram com a minha mãe", declarou, aos prantos.
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