Tragédia
'Confundiu com bandido', acredita padrasto de jovem morto no Rio
Wesley Barbosa foi atingido na barriga, peito e na perna
O padrasto de Wesley Barbosa de Carvalho de 17 anos acredita que o jovem possa ter sido confundido com traficantes da região de Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, ao ser baleado e morto na madrugada deste domingo (17). No local havia uma guerra entre facções rivais.
Bruno Barbosa, de 33 anos, tinha o costume de ir vender produtos na feira de Caxias, na Baixada. Ele estava com Wesley e mais um adolescente de 14 anos quando o crime aconteceu. Por volta das 4h, eles se preparavam para ir ao local quando uma moto encostou e houve disparos. Wesley foi atingido no tórax, barriga e na perna.
"Nós estávamos indo para o lava jato onde Wesley estava dormindo. Estávamos indo pegar a Kombi que usamos para ir para a feira. Uma moto passou e nos rendeu, ele disse perdeu, eu levantei a mão pensando que seria assalto, mas mesmo assim ele atirou. Eu consegui correr e meus outros dois filhos correram para dentro do lava jato. Wesley acordou com os tiros e pensou que eu estava baleado, com isso, ele correu para o lado de fora e foi baleado. Devido ao horário que nós estávamos saindo para trabalhar, podemos ter sido confundidos com bandidos. Todo mundo sabe que nós somos trabalhadores. Estamos até agora sem entender isso. O irmão dele pegou ele e colocou na kombi, levamos ele para o Getúlio Vargas. De tarde, recebemos a notícia que ele faleceu", disse.
Segundo o padrasto, Wesley era uma pessoa tranquila e querida na região. O sonho dele era ser motoboy.
"Todo mundo gostava dele. Ele sempre foi uma pessoa tranquila. Ele completou 17 anos em agosto. Estou doido para ir embora daquele lugar. Nós, moradores, que não temos nada a ver com isso, estamos no meio de uma guerra sem fim. Queremos paz. O sonho dele era ser motoboy, mês passado fizemos um consórcio para ele. Agora infelizmente aconteceu", contou.
A família mora na região há três anos. Aos domingos, Wesley tinha o costume de ir com o padrasto para a feira. No dia que o crime aconteceu eles tinha a intenção de vender peças de fogão.
"Aos domingos ele ia para a feira com o meu esposo para ajudar a colocar as coisas na kombi. A gente sempre sai às 4h da manhã. Às vezes vai todo mundo. Nessa hora, eu não fui. Eu vou sempre às 6h, mas eu não fui na hora. Meu esposo falou que a moto passou e efetuou os disparos", disse Bruna Barbosa dos Santos, mãe do adolescente.
A família esteve no Instituto Médico Legal (IML) no Centro do Rio, na manhã desta segunda-feira (18) para a liberação do corpo de Wesley. Ainda não se sabe o local e data do sepultamento.
O caso foi registrado na 38ª DP (Brás de Pina) e encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os agentes estão em diligências e coletando informações para identificar a autoria do crime e esclarecer os fatos.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!