Tristeza

Criança morta após maus-tratos foi afastada do pai antes do crime

A mãe e a madrasta do menino foram presas pelo crime

A criança morreu na tarde deste domingo (30)
A criança morreu na tarde deste domingo (30) |  Foto: Redes Sociais

Adriana Almeida, tia do pequeno Davi Lucca Viana de Almeida, de 3 anos, contou ao ENFOCO que a mãe da criança sumiu com ela pouco antes do Natal e impediu que o pai do menino tivesse contato com ele por todos esses meses. Davi morreu após dar entrada na UPA de Del Castilho na tarde de domingo (30) com machucados pelo corpo.

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Pamela Cardoso de Sousa, mãe da criança, e Lorranny Beatriz Cosme, madrasta do pequeno, foram presas em flagrante acusadas de lesão corporal seguida de morte. A tia e o pai do menino não sabiam da prisão das acusadas até chegarem ao Rio. 

Adriana contou que também não sabia que o menino sofria as agressões por parte da mãe e da madrasta. Adriana é irmã do pai da criança e veio de São Paulo para resolver os procedimentos de enterro do menino. A mãe da vítima também era de São Paulo e veio com o menino morar no Complexo do Alemão por causa da namorada. 

"A mãe o levou dizendo que era só para passar o Natal com ela e o devolveria para passar o Ano Novo com o pai, infelizmente isso não foi verdade. Ela cortou o contato do pai com a criança, bloqueando ele do Whatsapp, vindo a desbloquear apenas essa semana, como se estivesse ciente e quisesse que o pai se despedisse. Ela permitia apenas que a avó paterna tivesse contato, mas apenas esporadicamente", contou. 

O pai soube da morte da criança pela avó materna. "Até então, tudo que sabíamos era que ele havia batido a cabeça e vindo a óbito", afirmou. Foi quando chegaram no Rio que souberam de toda a história. 

Ela conta que Davi era carinhoso e adorava festas. "Estamos bastante abalados e profundamente entristecido com o que aconteceu. Ele era uma criança doce amorosa, que adorava brincar de correr. Ele também adorava ir para a escola e ficava todo contente. Infelizmente, ela não conseguiu enxergar ele. É muito dolorido para todos nós e é desolador, mas guardaremos as memórias boas até porque era isso o que ele ia gostar, já que detestava briga. Tudo era festa para ele", contou. 

O pai do menino esteve no Instituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira (31), mas, abalado, preferiu não se pronunciar. 

Ainda não há informações sobre data e horário do sepultamento da criança, somente que acontecerá em São Paulo.

O caso 

Uma criança de 3 anos e 9 meses morreu após dar entrada desacordada na UPA de Del Castilho, na Zona Norte do Rio, na tarde deste domingo (30).

O menino Davi Lucca Viana de Almeida apresentava sinais de maus-tratos. A mãe e a companheira dela foram presas em flagrante por lesão corporal seguida de morte. 

A vítima foi atendida por uma equipe médica, mas após realizados os devidos procedimentos, evoluiu para óbito decorrente de uma parada cardiorrespiratória. Davi foi levado para o local por duas mulheres, sendo uma delas sua mãe. 

A Polícia Militar foi acionada para o caso após a morte da criança. Agentes do 3º BPM (Méier) ficaram sabendo de uma ocorrência de violência contra a criança e foram ao local. Lá, eles souberam que o menino apresentava sinais de maus-tratos, segundo os médicos.  

A mãe Pamela Viana Cardoso de Souza, e sua companheira Lorranny Beatriz Cosme Ramos foram presas em flagrante e levadas para a delegacia. Uma vizinha e um médico testemunharam sobre o caso. 

A mãe da criança morava em São Paulo e veio para o Rio há alguns meses para conviver com a namorada. A criança já aparecia com machucados pelo corpo há algum tempo, inclusive, ele já quebrou o braço em outra ocasião. 

A madrasta da criança disse que deixou ele sozinho no quarto e ouviu um barulho. Foi quando ela tentou socorrer o menino por conta própria e depois o levou pra unidade de saúde. A mãe dele, que estava fora de casa no momento do ocorrido, disse que o deixou bem antes de sair. A Polícia não acredita nessa versão, já que o menino possuía marcas de machucados anteriores ao dia em que foi encaminhado para a UPA.

O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso). Os agentes foram acionados por policiais militares que atenderam a ocorrência. A investigação está em andamento para esclarecimento dos fatos.

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