O que seria mais um show do funkeiro MC Colibri, acabou virando um caso de polícia por um "detalhe simples": vários homens fortemente armados no meio da plateia e ainda dando tiros para o alto assustando quem estava presente. O caso aconteceu no final de semana no Baile da Disney, na Vila do João, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio.
Em imagens que circulam na internet, o funkeiro está em cima do palco enquanto no fundo é possível visualizar homens apontando fuzis para o alto. Segundo o jornalista Tino Junior, do “Balanço Geral”, da TV Record, o show teria acontecido em comemoração ao aniversário de um dos líderes da facção da comunidade.
Além da quantidade de criminosos no local, o que também assustou os internautas foi o momento em que um deles dá uma rajada de tiros para o alto sem se preocupar se acertaria alguém. Ainda nas imagens, é possível perceber algumas pessoas se abaixando ou se afastando com medo dos disparos.
Recuperação na internet
Pelo Twitter, alguns internautas reclamaram sobre o ocorrido. “Engraçado que em dia de baile não vê operação antes de começar o baile, mas em dia de semana que trabalhador tem que sair cedo, criança na creche, a bala voa. Não dá pra entender ou dá, né? 🤑”, afirmou um.
“Vergonha… Respaldados por algumas autoridades… Infelizmente”, lamento outro. “Aí, atira pro alto. E, uma hora, isso que foi pro alto vai descer, podendo atingir alguém, algum inocente!!! Tensooo”, analisou um terceiro.
Nota da PM
Procurada, a Polícia Militar (PM) informou que não foi acionada para nenhuma operação no dia do show e que só pode agir se a denúncia chegar à corporação.
“Quando acionadas, as unidades operacionais são mobilizadas em apoio aos órgãos municipais e estaduais em suas respectivas atribuições com relação à fiscalização de ordenamento urbano. Nossas equipes são encaminhadas ao local para averiguar eventuais denúncias. Sendo necessário, as partes são encaminhadas para a delegacia.
Cabe lembrar que as solicitações devem ocorrer com a antecedência necessária de modo a viabilizar o planejamento operacional e direcionamento de recursos logísticos, além de considerar as determinações judiciais vigentes e o resguardo com a vida da população local, as equipes dos órgãos públicos envolvidos e demais pessoas que estão circulando nas ruas.
Ressaltamos, ainda, que as unidades da Corporação seguem planejamento prévio e protocolos técnicos para atuar em comunidades, como no caso da região mencionada, tendo como preocupação central a preservação de vidas - da população local e de policiais militares envolvidos na ação -, conforme determinações estabelecidas na ADPF 635”, informou a PM em nota.
A Polícia Civil informou que instaurou um inquérito sobre o caso: "As imagens estão sendo analisadas a fim de identificar todos os envolvidos. A investigação está em andamento".
Resposta do funkeiro
Segundo a assessoria de imprensa do funkeiro, ele foi contratado para cantar no baile, da mesma forma que ele já se apresentou em outras comunidades, no entanto não pensou que fosse ter criminosos armados e dando tiro pro alto.
A assessoria disse ainda ele que nunca tinha passado por algo deste tipo. “Ele estava ali para fazer o show e não tem controle do que está acontecendo na comunidade. No dia, outros DJs e artistas também se apresentaram no local”, disse a nota.
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