Tragédia
Discussão sobre cachorro pode ter motivado morte de PM no Irajá
Cabo matou a tiros sargento da polícia em um condomínio
Um desentendimento por conta de um cachorro pode ter sido o motivo da morte do sargento da Polícia Militar Sandro da Rocha Mariano, de 41 anos, na noite desta terça (15), dentro do bar de um condomínio do Irajá, na Zona Norte do Rio. Ele era lotado na Diretoria Pessoal Ativa (DPA) da corporação.
O acusado de fazer os disparos é o cabo da PM Jonas Barreto Santos, lotado no Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), que foi preso em flagrante no mesmo dia por agentes do 41º BPM (Irajá).
A viúva de Sandro, Juliana Silva, de 32 anos, esteve na manhã desta quarta (16) no IML do centro do Rio e contou que o PM se aproximou da mesa onde a família estava e disparou contra Sandro, que morreu no local. Além disso, ela suspeita também que um desentendimento sobre um cachorro, que aconteceu há três anos, tenha sido a motivação da morte do militar.
“Nós estávamos sentados no bar do condomínio quando esse rapaz passou, olhou para o Sandro e falou “Lembra de mim?”. Nessa hora, ele já deu um tiro no peito do Sandro na frente de todo mundo, incluindo do meu filho de três anos. Ele foi frio e calculista. Foi apenas um tiro, ele deu para matar, à queima-roupa”, disse a consultora bancária.
O crime foi gravado por câmeras do estabelecimento. Nas imagens, dá pra ver o exato momento do disparo que atingiu o militar, que estava sentado. À mesa, estavam Sandro, a esposa e o filho de apenas três anos, que viu tudo do colo da mãe. Não se sabe ao certo se Jonas morava no condomínio, mas eles frequentavam o espaço frequentemente e foi, inclusive, por causa de uma discussão por um cachorro no local que acredita-se que o crime foi motivado.
Filho de três anos do militar presenciou toda a cena
Segundo conta Juliana, há três anos houve uma desavença entre os policiais por conta de um cachorro da família de Jonas que estava solto no condomínio e teria avançado em Juliana e no filho, que tinha meses na época.
“Sandro, na hora, colocou o pé para nos proteger, mas não encostou no cão. A mulher dele [Jonas] alterada, xingou o Sandro de todas as formas e o Sandro também a xingou. Nisso, chegou o Jonas já querendo agredir o Sandro. Nesses três anos, já encontramos com ele na rua, na feira, no shopping, o Jonas jogava bola no condomínio, o filho deles está sempre lá na quadra e infelizmente ele cometeu esse crime. Não esperava que isso fosse acontecer depois de três anos. Acredito que foi uma vingança calculada. Ele esperou encontrar o Sandro num momento vulnerável para agir”, afirmou Juliana.
Ele foi frio e calculista. Foi apenas um tiro, ele deu para matar, à queima-roupa. Não esperava que isso fosse acontecer depois de três anos. Acredito que foi uma vingança calculada. Ele esperou encontrar o Sandro num momento vulnerável para agir
Além do filho de três anos, Sandro é pai de outros dois maiores de 20 anos. Emocionada, a viúva conta que ainda não teve coragem de contar para o filho que o pai morreu e que o menino pergunta sobre o pai o tempo todo.
“O Sandro era maravilhoso. Um megapai, amigo, conselheiro, companheiro. Eu não sei como vai ser daqui para frente a vida do meu filho. Nosso filho, estava presente e viu. Ele dormia fazendo carinho na orelha do pai e pergunta do pai direto. Eu falo que o pai foi na rua ou foi trabalhar. Não acho que vou ter coragem de contar nunca para ele que o pai morreu”, contou.
Ainda não há informações sobre o enterro do policial. A Corregedoria da Polícia Militar também está investigando o caso.
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