Polícia
Disputa do tráfico no Miriambi tira sono de moradores
Por volta das 3h da madrugada desta segunda-feira (10), um forte confronto tomou o Jardim Miriambi, em São Gonçalo. O tiroteio aconteceu um dia após outro confronto na comunidade, por volta de 2h de domingo (9). A Polícia Civil investiga a disputa do território por grupos ligados ao Terceiro Comando Puro (TCP) e Comando Vermelho (CV).
"Os moradores saem com medo, mas precisam sair pra trabalhar e estudar, é uma necessidade" relata uma moradora do Jardim Miriambi que prefere não se identificar. "Nem dormir tem como mais", complementa. O confronto varou a madrugada e se estendeu até 5h da manhã. Os disparos podiam ser ouvidos nos bairros próximos, como Jardim Catarina, Lagoinha e Laranjal.
Segundo a Polícia Militar, o território está conflagrado desde que tropas do TCP, a mando do traficante procurado Thomas Jhayson Vieira Gomes, o '2N', aportaram na região. Após os primeiros embates, em 20 de maio a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil organizou operação na região, mas não houve presos.
O CV, facção que ocupava o local antes da invasão, tenta retomar o controle, ao menos segundo publicações de perfis ligados ao grupo criminoso nas redes sociais. No vídeo, o grupo dispara fogos em suposta comemoração da retomada:
Os confrontos constantes no Miriambi compõem os números de um relatório independente, produzido pela organização Fogo Cruzado, São Gonçalo registrou 77 tiroteios em maio. Segundo o relatório, São Gonçalo é a segunda cidade com maior número de confrontos no estado, atrás da Capital.
A 74ª Delegacia de Polícia informou que não foi notificada do tiroteio desta segunda-feira (10) e que não há registro de feridos no confronto. As polícias Civil e Militar foram procuradas para informar como atuam no caso do Miriambi, mas ainda não responderam.
Na manhã de hoje um adolescente de 14 anos foi encontrado morto no bairro do Pacheco, bairro vizinho do local onde o confronto vem acontecendo, em São Gonçalo. A Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) investiga o caso, para saber se a morte do jovem tem ligação com a disputa do tráfico na região.
Colaborou Eduarda Hillebrandt.
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