Zona Oeste

Dono de posto é preso suspeito de lavar dinheiro da milícia

Polícia diz que estabelecimentos eram usados pelo bando de Zinho

Preso sendo conduzido na Cidade da Polícia
Preso sendo conduzido na Cidade da Polícia |  Foto: Lucas Alvarenga
 

Um homem dono de diversos postos de combustíveis no Rio foi preso na Barra da Tijuca, na manhã desta quinta (1º). Segundo a polícia,  Cléber Oliveira da Silva, o Clebinho, utilizava os estabelecimentos para lavar dinheiro da milícia comandada por Zinho, apontado como líder da milícia na Zona Oeste do Rio. 

A ação foi desencadeada por agentes da Delegacia Especializada em Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), do Departamento-Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD). Outras três pessoas também foram conduzidas para a delegacia. 

Os mandados estão sendo cumpridos no Rio e em Minas Gerais e fazem parte da primeira fase da ‘Operação Contaminação’, com o objetivo de combater crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, constituição de milícia e outros. Na operação, foram apreendidas armas, munições, joias, carros, celulares, documentos, motos e dinheiro. 

A operação, que conta com mais de 200 agentes divididos entre Santa Cruz e Barra da Tijuca, na Zona Oeste, tem como objetivo o cumprimento, além de um mandado de prisão, de 42 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Especializada em Crime Organizado da Comarca da Capital/RJ em endereços de postos de gasolina, lojas de conveniência e residências. 

Operação conta com mais de 200 agentes divididos entre Santa Cruz e Barra da Tijuca, na Zona Oeste
  

O conduzido para a delegacia é um policial militar que estava armado. A procedência da arma está sendo verificada. Além dele, um mototaxista que viu os policiais chegando e tentou avisar aos milicianos sobre a operação e o ex-PM Diego Machado Ferreira, que foi expulso da corporação por envolvimento com a milícia, foram presos. Diego estava com uma  arma.

Delegado Gabriel Poiava disse que quadrilha tinha braços também fora do Rio
Delegado Gabriel Poiava disse que quadrilha tinha braços também fora do Rio |  Foto: Lucas Alvarenga
    
Houve transferências e depósitos também de empresas de fora do Rio, principalmente em Minas, por isso, foram cumpridos mandado de busca e apreensão lá também. Muitos dos alvos dos mandados de busca fazem parte da engrenagem de lavagem de dinheiro, laranjas e depositantes. Esses postos e lojas de conveniência funcionam corretamente, mas atuam também como forma de ingresso desse dinheiro ilícito. O Cléber tem um histórico de envolvimento com a milícia e é o principal articulador dessa lavagem de dinheiro Gabriel Poiava, delegado assistente
  

Durante as análises, verificou-se que o miliciano apontado como braço financeiro da milícia e sua esposa são proprietários de inúmeras pessoas jurídicas, em especial postos de gasolina e lojas de conveniência nos estados do Rio e Minas Gerais, e possuem patrimônio incompatível, carros importados e imóveis de luxo em nome de outras pessoas.

As investigações tiveram início a partir de dados de inteligência financeira dando conta de relevantes movimentações financeiras suspeitas e atípicas envolvendo os investigados, tendo sido detectada uma grande entrada, de forma fracionada, de recursos em espécie depositados nas contas de suas empresas.

Há indícios de que capitais oriundos de atividades criminosas estejam sendo misturadas com recursos de origem legítima da empresa com o objetivo de promover a lavagem do dinheiro. 

As investigações realizadas identificaram indivíduos com anotações criminais, empregados cadastrados, bem como policiais militares da ativa ou que já foram expulsos, que operariam a reciclagem do dinheiro ilegal, por meio de depósitos de valores suspeitos nas contas dos postos de gasolina.

O objetivo da operação é a obtenção de provas dos crimes citados, assim como a prisão do miliciano apontado como o braço financeiro da milícia que atua na Zona Oeste do Rio, liderada atualmente pelo criminoso Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que promoveria a lavagem dos recursos indevidamente auferidos mediante cobrança de “taxa de segurança”, agiotagem, extorsões, homicídios, comércio ilegal de combustíveis, tráfico de armas, além de exploração do transporte alternativo e de máquinas caça-níqueis, etc.

Também foram decretados o bloqueio das contas bancárias e o sequestro de bens (veículos, embarcações, imóveis, etc.) nos valores de até R$ 93 milhões de reais dos envolvidos, de laranjas e de suas empresas, além da quebra dos sigilos fiscal e bancário.

Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas sedes das pessoas físicas e jurídicas que estariam envolvidas no esquema de lavagem de capitais, para obtenção de provas dos delitos investigados.

< Passageira cai de BRT em movimento e morre na Zona Oeste Técnico do PSG anuncia saída de craque do time: 'Última partida' <