Violência

'Ele riu após as facadas', diz mãe de adolescente atacada em SG

Menina, de 17 anos, está grave no Pronto-Socorro do município

Caso aconteceu na manhã desta segunda (21) na rua General Barcelos, em São Gonçalo
Caso aconteceu na manhã desta segunda (21) na rua General Barcelos, em São Gonçalo |  Foto: Marcelo Tavares
  

Jéssica Oliveira, mãe da adolescente de 17 anos esfaqueada nesta segunda-feira (21) em São Gonçalo, falou que o criminoso riu após golpear a estudante que estava a caminho da escola. A jovem segue internada em estado grave no Pronto-Socorro da cidade.

"Ele debochou rindo da minha filha após as facadas. O pessoal que trabalha na região disse que ele estava calmo, chegou a entrar em uma padaria, foi ao banheiro e depois saiu, como se nada tivesse acontecido", disse. 

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A dona de casa contou ainda que sempre monitorava os passos da filha até a escola através de mensagens de texto por um aplicativo. Ela ficou sabendo do crime através de áudios enviados pela própria filha. 

"Ela está sempre com o celular e deixa as irmãs na escola, que é próximo e me manda mensagem. Quando ela chega na escola dela é a mesma coisa. Minutos depois ela me mandou mensagem falando que ele estava atacando ela. Eu fui desesperada para o local. O pai ligou e ela falou que estava com medo de morrer porque estava toda furada, toda ensanguentada e morrendo de dor", contou. 

Mãe da jovem disse que a filha sempre mandou áudios avisando do crime
Mãe da jovem disse que a filha sempre mandou áudios avisando do crime |  Foto: Marcelo Tavares
    
O pai ligou e ela falou que estava com medo de morrer porque estava toda furada, toda ensanguentada e morrendo de dor Jéssica Oliveira, mãe
  

Ainda segundo a mãe da jovem, essa não foi a primeira vez que o rapaz atentou contra a vida da menina. Em setembro deste ano, foi feito um registro contra o vendedor de balas. 

"Ele primeiro começou a pedir o número do celular dela. Por ele ser bem mais velho que ela, ela não deu, até eu falei para não dá. Ele começou a seguir ela, eu falei para ela nem falar com ele e continuar andando. Teve uma vez que ele tentou assediar ela, com isso, ela correu para escola e a diretora chamou a polícia e me comunicou. Nós registramos o caso na delegacia e fomos orientadas para que ela andasse com o registro na mochila para se caso ele fizesse de novo acionar uma viatura. Passou um tempo ele parou. Mas mesmo assim ela ia e voltava para a escola com a companhia de um familiar adulto. Como o rapaz tinha parado com a importunação, a gente começou a deixar ela ir para a escola sozinha. Mas ontem [segunda] ele fez isso", disse.

As imagens que registraram a ação criminosa foram de uma câmera instalada no comércio próximo do local. O dono do local contou que tem costume de analisar, mas não pôde ver a cena do crime no momento do crime. 

"O cachorro latiu, mas eu não pude ver as imagens das câmeras no momento porque meu celular havia quebrado a tela no dia anterior. Eu cheguei a sair, mas não vi nada e retornei para dentro de casa. Parece que o crime aconteceu uns cinco minutos depois. Foi uma covardia muito grande que ele fez com ela. Fico muito chateado em não poder te ajudar", lamentou o comerciante.

De acordo com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo, o acusado, de 23 anos, foi levado à distrital pela mãe, após ter conhecimento do fato. Segundo a polícia, o filho havia dito à mãe que tinha feito uma 'besteira' e depois da repercussão do caso foi levado a delegacia nesta terça (22). 

Dados

 

Segundo levantamento da secretaria de Atenção à Mulher de São Gonçalo (SMDS), nos seis primeiros meses deste ano, 2,4 mil mulheres sofreram algum tipo de violência no município. Todas elas foram atendidas na sala lilás, que funciona junto à Polícia Técnica de São Gonçalo ou no Centro Especial de Atendimento à Mulher (Ceom), da prefeitura. No Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), o número de mulheres que deu entrada na urgência e emergência da cidade vítimas de agressão, estupro e tentativa de homicídio por arma de fogo ou branca chega a 77. Muitas delas menores de idade. 

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