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    Desmantelado

    Esquema da pirâmide em Niterói faturou mais de R$ 77 milhões

    Ao todo, cerca de mil pessoas foram lesadas

    Publicado 23/11/2023 às 10:12 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Dinehiro estava na conta do empresário André Vitor de Oliveira Silva
    Dinehiro estava na conta do empresário André Vitor de Oliveira Silva |  Foto: Lucas Alvarenga

    A empresa Atrion Invest, cujos funcionários e donos foram presos durante a Operação Pyramis desta quinta-feira (23), movimentou mais de R$ 77 milhões, em três meses. As denúncias contra a organização começaram em 2020 na 76ª DP (Centro). Ao todo, cerca de mil pessoas foram lesadas.

    Quatro mandados de prisão foram cumpridos na operação desta quinta-feira (23) em Niterói. Duas pessoas seguem foragidas e, segundo informações, estariam no Canadá. As investigaçõe apontam que o dinheiro estava na conta do empresário André Vitor de Oliveira Silva.

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    A delegada Natacha Alves de Oliveira, titular na 76ª DP (Centro), deu detalhes das prisões.

    Delegada Natacha Alves de Oliveira, titular na 76ª DP (Centro)
    Delegada Natacha Alves de Oliveira, titular na 76ª DP (Centro) |  Foto: Lucas Alvarenga

    “Foram cumpridos quatro mandados de prisão, sendo um deles cumprido contra o André Felipe de Oliveira Silva, líder da organização criminosa, que se encontra atualmente detido no Presídio Nelson Hungria, em Gericinó. Ele se trata de uma pessoa violenta e perigosa. Essa prisão de hoje vai assegurar a sua manutenção no cárcere, impedindo que ele faça novas vítimas. Ele foi preso, inicialmente, pelo porte de arma de fogo em maio deste ano”, afirmou ela. 

    Os outros presos na operação foram: Suellen Marques Mendonça, ex-mulher de André Felipe, que atuava como braço direito do suspeito e era responsável pela direção financeira da empresa; André Vitor de Oliveira Silva, braço direito do irmão André Felipe, responsável pela direção da empresa e um “faz tudo”.

    Na casa de André Vitor foi apreendida uma pistola calibre 9mm e está sendo apurada a regularidade dessa arma de fogo. 

    Foi cumprido também um mandado de prisão contra o policial civil Giovanni Andrade da Costa Leste, que era responsável pela segurança privada armada dessa organização. 

    Os foragidos são: Mabia Torres de Almeida, que era diretora de marketing da empresa, e Anderson Almeida de Azevedo. Ambos deixaram o Brasil com destino ao Canadá em setembro do ano passado. A Interpol já foi acionada.  

    Operação Pyramis

    Os acusados foram presos nos bairros do Fonseca e Barreto, em Niterói, e em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, nas residências dos acusados. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa. 

    O nome da operação tem origem no latim, Pyramis, em alusão ao golpe da pirâmide financeira praticado pelo grupo.

    Ao todo, o GAECO/MPRJ denunciou 15 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, estelionatos, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro.

    Como funcionava o esquema 

    Suellen Marques Mendonça, ex-mulher de André Felipe
    Suellen Marques Mendonça, ex-mulher de André Felipe |  Foto: Lucas Alvarenga

     O promotor de Justiça e membro da GAECO, Pedro Simão, explicou como funcionava o esquema.

    “Era uma organização criminosa armada que aplicava o golpe da pirâmide financeira. Eles fizeram mais de mil vítimas, incluindo pessoas humildes a pessoas que tinham mais poder aquisitivo. Eles se utilizavam das redes sociais para fazer promessas irreais de ganhos fixos mensais de até 16% ao mês em cima do capital investido. Normalmente, a empresa pagava uma parcela mensal para as vítimas e depois deixava de pagar e o capital investido não era devolvido”, contou ele. 

    O crime ocorria através de investimento em marketing pela internet.

    “As aplicações mínimas das vítimas eram de R$ 2.500,00 e não havia um investimento máximo. Tem clientes que aplicaram R$ 500 mil ou até R$ 1 milhão. Eles tinham três escritórios em Niterói e realizavam o marketing agressivo pelas redes sociais, com figuras públicas em suas propagandas e, a partir daí, as vítimas iam atrás por causa da propaganda, iam aos escritórios e realizavam os contratos”, detalhou.

    As prisões desta quinta-feira (23) foram feitas pelos policiais da 76ª DP e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

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