Acusado

Ex-funcionário da Prefeitura do Rio vira réu por morte de garçom

Segundo a denúncia do MPRJ, ele teve a intenção de matar

Nas fotos publicadas em seu perfil, ele aparece com o colete da Prefeitura
Nas fotos publicadas em seu perfil, ele aparece com o colete da Prefeitura |  Foto: Reprodução
 

Felipe Zelino Vitório Moitinho, ex-funcionário da Subprefeitura de Jacarepaguá, no Rio, virou réu no processo por homicídio qualificado e peculato. Ele é acusado pela morte do garçom Rhenê Rodrigues Martins, de 30 anos, que foi atropelado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, em julho do ano passado.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, ele teve a intenção de matar ao transitar com veículo do município sem placa e pela pista expressa do BRT, sem que houvesse qualquer urgência. A Promotoria também aponta que ele ultrapassou o sinal vermelho, não prestou socorro à vítima e falsificou documentação para dificultar a investigação.

As investigações apontam que Felipe Zelino conduzia uma caminhonete do município sem placa no momento do acidente e estava na pista do BRT em alta velocidade quando atingiu o garçom que atravessava na faixa de pedestres. Segundo a polícia, ele não parou a caminhonete para socorrer a vítima. 

Em seu depoimento, Zelino afirmou ter pensado que tinha atingido um objeto e, ao perceber que o veículo estava danificado, registrou o caso no Boletim de Registro de Acidente de Trânsito (Brat) como um atropelamento a um cavalo. Ele afirmou ter autorização para andar na calha do BRT por dirigir um veículo especial, mas a placa teria sido retirada para evitar multas.

O motorista chegou à delegacia acompanhado de dois advogados para prestar esclarecimentos. Rhenê foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde deu entrada já em óbito. A 16ª DP Barra da Tijuca) começou a trabalhar com a possibilidade de que a caminhonete sem placa e com giroflex, flagrada em imagens de uma câmera de segurança, poderia ter sido usada para cometer outros crimes.

As imagens mostraram danos no farol e na parte dianteira da caminhonete envolvida no atropelamento. A Delegacia da Barra preparou ofícios para vários órgãos, incluindo a Prefeitura do Rio, para perguntar se eles utilizam veículos descaracterizados semelhantes à caminhonete que atropelou o garçom, e solicitou uma lista da quantidade de picapes descaracterizadas de cada órgão. No entanto, antes de os ofícios serem enviados, Felipe Zelino Vitório Moitinho foi identificado e intimado a comparecer à delegacia para prestar depoimento.

De acordo com o Diário Oficial do município, em 6 de abril de 2021, Felipe Zelino foi nomeado no gabinete do prefeito Eduardo Paes. Em 2011, ele ocupou um cargo de comissão de ajudante um na Secretaria de Governo. Nas fotos publicadas em seu perfil, ele aparece com o colete da prefeitura. 

O garçom estava indo para o trabalho em um quiosque na Avenida Lúcio Costa no momento do atropelamento. Dois dias após o seu desaparecimento, uma das irmãs de Rhenê publicou um pedido de ajuda nas redes sociais.

A confirmação da morte da vítima veio no dia 1° de agosto, quando a família foi chamada para o reconhecimento do corpo no Instituto Médico-Legal (IML). Logo após, a irmã publicou uma homenagem a ele nas redes sociais.

Rhenê era natural de Ipueiras, no Ceará, e deixou três filhos, com idades entre 4 e 12 anos, além da viúva e dois enteados.

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