Decisão
Ex-vereador e ex-PM vão a júri popular por homicídio em 2014
Girão e Ronnie Lessa faziam parte de uma milícia na Zona Oeste
O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), através do juiz Alexandre Abrahão, da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa decidiu, no último sábado (3), que o ex-vereador Cristiano Girão e o ex-sargento da PM Ronnie Lessa irão a júri popular por cometerem duplo homicídio no ano de 2014 no Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio.
O local era um dos lugares onde Girão comandava uma milícia. Vale lembrar que Lessa está preso acusado pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Ele também é acusado de executar o casal André Henrique da Silva Souza, o Zóio, e Juliana Sales de Oliveira, a mando de Girão.
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De acordo com a investigação e a denúncia do Ministério Público, o crime aconteceu de forma premeditada, pois "Zóio" pretendia assumir a liderança e o poder da região. Além disso, ele ia começar a cobrar taxas ilegais e aluguéis.
"Ambos são temidos pelos moradores e comerciantes da localidade. Merecem a população sofrida daquela região, o mínimo de paz e isenção, até para que os civis possam se aventurar a prestar com imparcialidade em eventual Sessão Plenária, testemunho esclarecedor sobre o evento", disse o juiz.
Os dois foram foram atacados no Gardênia Azul enquanto a milícia os levava ao trabalho. O carro em que estavam, um Honda Civic, foi alvejado por aproximadamente 40 tiros.
Investigações
Girão começou a ser investigado pelas autoridades a partir de depoimentos de testemunhas e por ser identificada uma pesquisa no Google em seu celular, no dia 19 de fevereiro de 2018, com as palavras: "Casal morto na Gardênia Azul". Com isso, o ex-vereador foi condenado por lavagem dinheiro, envolvimento com a milícia da Gardênia Azul e formação de quadrilha.
Além disso, os crimes de Marielle e a emboscada no Gardênia Azul tiveram semelhanças, como: os carros foram alvejados enquanto estavam em movimento, os disparos foram realizados de dentro do veículo e armas automáticas foram usadas em ambos os crimes.
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