Tragédia

Executado em assalto no Rio tinha viagem planejada com a esposa

Bruno Gomes, de 41 anos, foi morto na Zona Norte do Rio

Bruno  Gomes Valentim da Costa, de 41 anos, foi executado durante uma  tentativa de assalto na Zona Norte do Rio
Bruno Gomes Valentim da Costa, de 41 anos, foi executado durante uma tentativa de assalto na Zona Norte do Rio |  Foto: Rede social
 

O líder de projetos Bruno Gomes Valentim da Costa, de 41 anos, assassinado com um tiro no peito durante um assalto no Colégio, na Zona Norte do Rio, na noite da última quarta-feira (19), planejava uma viagem com a esposa e familiares para Búzios, na Região dos Lagos, no próximo mês. 

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Ele também havia viajado com suas duas filhas e a esposa para Gramado em junho, mês no qual as filhas comemoraram aniversário. A informação foi confirmada por Amanda Costa, de 33 anos, mulher de Bruno, no velório dele, que ocorreu nesta sexta-feira (21) no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju. Ele será sepultado às 15h30. 

“O Bruno era excepcional e não pela situação porque você pode entrar ali e ver o número de coroas que já chegaram e estão chegando não apenas da família, mas dos amigos, da empresa. Ele era um pai participativo, que queria ver as nossas filhas terem o melhor, felizes. Todo o final de semana a gente pegava e saía para brincar com elas, a gente não conseguia, tínhamos 11 anos de casado, mas sempre falávamos de viajar só nós dois, mas ele era o primeiro a falar que ia levar as meninas também porque não conseguia ficar longe delas. Agora em novembro íamos fazer uma resenha em família em Búzios. A gente adorava uma praia e se divertir com os nosso amigos e familiares”, disse Amanda, bastante abalada. 

Casal pretendia se mudar de Rocha Miranda por medo da violência
  

Segundo ela, eles estavam juntos há 12 anos, desses, 11 eram de casamento. O casal tem duas filhas, uma menina de sete anos e outra de dois anos. 

“Ele estava sempre lado a lado comigo na educação das crianças, as meninas amavam ele, esperavam toda a noite por eles mesmo comigo falando que elas tinham que dormir cedo por causa da escola. A gente esperava e quando ele chegava era uma festa. Ele era excepcional em todas as áreas, como marido, como pai, eu não tenho o que falar de ruim dele, eu era amada e amava muito ele", comentou. 

Esposa de Bruno relatou os momentos de pânico que viveu durante a tentativa de assalto que terminou na morte do marido
Esposa de Bruno relatou os momentos de pânico que viveu durante a tentativa de assalto que terminou na morte do marido |  Foto: Marcelo Tavares
     
Estava sempre lado a lado comigo na educação das crianças, as meninas amavam ele, esperavam toda a noite por eles mesmo comigo falando que elas tinham que dormir cedo por causa da escola. A gente esperava e quando ele chegava era uma festa. Ele era excepcional em todas as áreas, como marido, como pai. Minhas filhas vão ter marcas para sempre, mas as verdadeiras vítimas somos nós Amanda Costa, esposa de Bruno
  

A esposa de Bruno ainda contou que o casal já estava próximo de se mudar de Rocha Miranda, na Zona Norte, onde a família morava com eles. Bruno, Amanda e as duas filhas deles moravam na casa de cima e a família dela, incluindo a mãe e o irmão, moravam na parte de baixo. 

“A gente planejava sair dali, mas estávamos terminando o ano letivo e queríamos esperar para não tirar as crianças da escola no meio do ano. Já estávamos vendo apartamento, já tínhamos alguns em vista e a gente falava que ia se mudar antes do Natal para comemorar na casa nova. As verdadeiras vítimas de tudo isso, meu marido se foi, minhas filhas vão ter marcas para sempre, mas as verdadeiras vítimas somos nós que continuamos numa sociedade sem segurança, caótica", contou. 

Bruno morreu na noite da última quarta-feira (19) quando voltava do trabalho. A esposa contou que sempre buscava Bruno na estação do bairro de Colégio por volta das 19h e que deixava o veículo ligado para evitar a violência do local. Ele chegou perto do carro exatamente no momento em que o criminoso abordava a esposa. O veículo e pertences foram levados pelo assaltante. 

"O bandido foi rápido e começou a bater na minha janela, dei o meu telefone para ele e foi quando ele deixou o meu telefone cair no chão e vi o Bruno vindo e gritando para o criminoso. Ele levou a mochila em direção ao criminoso para me defender e eu comecei a correr. Pensei somente nas minhas filhas ali porque eu sabia que ele estava armado. Ouvi um tiro à queima roupa que acertou em cheio o coração, o peito do meu marido. Muitas pessoas me ajudaram, colocaram eles nos carros, mas infelizmente ele já chegou sem vida na UPA de Rocha Miranda”, disse.

Em nota, a Polícia Militar informou que, na noite de quarta-feira (19), policiais do 9° BPM (Rocha Miranda) foram acionados para uma ocorrência na UPA de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com o comando da unidade, no local os policiais foram informados que uma vítima de disparos de arma de fogo deu entrada já em óbito na unidade. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital Fluminense, que investiga e tenta localizar o autor dos disparos. 

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