A advogada Ester D'arc, que foi surpreendida na última semana após ter o despejo ordenado pelo tráfico de drogas do Fonseca, na Zona Norte de Niterói, voltou, nesta segunda-feira (8), na residência para retirar o restante dos seus pertences. Ela contou com o auxílio de escolta policial.
A vítima relatou que se tratou de um momento muito triste: "Estamos tirando tudo o que podemos levar, isso inclui portas e janelas. Certamente, essa é uma situação de angústia e dor, além da sensação de impotência, pois apesar do apoio não podemos voltar".
Ester começou a fazer a retirada dos pertences na última sexta-feira (5) e recebeu o apoio de policiais do Batalhão de Niterói (12ºBPM) e de policiais civis da Delegacia do Fonseca (78ª DP).
O delegado titular da 78ª DP, Geraldo Assed, responsável pelas investigações, disse que até o final do mês o inquérito deve ser remetido à Justiça.
"A mulher que invadiu, uma vizinha que ajudou na mudança e o motorista do caminhão foram ouvidos. Agora precisamos apurar se eles têm ou não alguma ligação com o tráfico", detalhou.
O delegado disse também que vai dar continuidade a uma investigação iniciada em 2019, que já apurava a invasão de residências pelo tráfico de drogas na região da Rua São Januário.
"É importante que outras pessoas que tenham sido vítimas do mesmo crime compareçam à delegacia. Informações podem nos auxiliar no curso das investigações", disse o titular.
OAB-RJ
Na última quinta-feira (4), o presidente da Ordem do Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Luciano Bandeira, se reuniu com a vítima. Ele disse ligou para o governador, relatou o ocorrido e, em nota, repudiou o que aconteceu com a advogada e pediu que a colega tivesse a sua integridade garantida para retirar seus pertences do imóvel.
"Ela foi expulsa de sua residência, que utilizava também como escritório de advocacia, pelo tráfico de drogas. A Comissão de Prerrogativas já deu todo apoio à nossa colega Ester", destacou.
Lislane Rottas
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