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    Família quer justiça por motorista morto após briga com PM

    Publicado 18/11/2020 às 10:03 | Autor: Alan Emiliano
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    Diego Barone, de 37 anos, morto após briga em posto de combustível. Foto: Arquivo Pessoal

    “Ele destruiu uma família inteira, ele acabou com sonhos. Tá difícil de acreditar que isso tudo está acontecendo”. O relato é de Leandro Barone, de 42 anos, irmão do motorista de aplicativo Diego Barone, de 37 anos, morto com um tiro, na noite desta terça-feira (17), durante uma briga em um posto de gasolina, localizado na região de Pendotiba, em Niterói. O responsável pelo disparo fatal é um policial militar lotado no 12° BPM (Niterói).

    “Infelizmente, nada irá trazer o meu irmão de volta, nada.. Hoje uma família chora, o Diego era querido por todos, não tinha uma pessoa que não gostasse dele. Trabalhador, sonhador e que buscava levar o sustento para dentro de casa. Uma coisa que poderia ter sido facilmente evitada, uma fatalidade.. E agora, o que será da nossa família? O que será da filha do Diego? A vida não é um carro que você conserta e no outro dia funciona. O que resta é saudade do meu parceiro de todas as horas”.

    Leandro Barone, irmão da vítima

    Diego morava no bairro Marambaia e estava levando a esposa, a técnica de enfermagem Hellen Cristina, de 33 anos, quando parou para abastecer o carro no estabelecimento, localizado na Estrada Caetano Monteiro. Segundo a esposa da vítima, quando eles chegaram no posto, o clima já estava tenso e uma discussão acontecia entre o policial militar e um frentista.

    “Meu marido era bastante conhecido ali, parava pra abastecer direto e chamava os frentistas pelo nome. Quando ele viu a situação, ele foi tentar acalmar os ânimos e não teve tempo de reação. Esse policial despreparado deu um tiro que matou o meu marido de forma covarde. Ele tem que pagar pelo que fez, nada vai trazer o meu marido de volta, mas quero que a justiça seja feita. E agora, quem vai contar pra minha filha que um PM matou o pai dela?”.

    Hellen Cristina, esposa da vítima

    A Polícia Militar afirmou, através de uma nota, que uma sindicância será instaurada para investigar as circunstâncias do ocorrido.

    “Um policial militar apresentou-se à guarnição. Segundo narrado pelo policial militar, houve um desentendimento entre ele e a pessoa ferida, que era condutor de um outro veículo. O motorista desembarcou do carro na intenção de agredir o policial. A ordem de parada dada foi desrespeitada. O policial realizou disparo de arma de fogo na intenção de conter a situação”.

    Nota da PMERJ

    Questionada a respeito da nota divulgada pela Polícia Militar, a esposa da vítima se diz decepcionada com a forma em que a corporação defende o homem, que é acusado de matar o seu marido.

    “Não houve nenhuma ordem de parada, o meu marido só foi tentar acalmar uma discussão que estava acontecendo entre o policial e o frentista e acabou sendo morto. Ele não é 'brabo' (sic), não é um 'machão', porque não brigou com o Diego. É um covarde de farda, um bandido de farda. O vídeo que tá circulando por aí explica tudo e desmascara essa versão fraudulenta”, concluiu a esposa.

    Hellen Cristina, esposa da vítima

    O caso segue sob a investigação da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que ouviu o depoimento do policial, na noite desta terça-feira, e espera concluir a investigação do caso nos próximos dias.

    Diego deixa uma filha de 8 anos. O corpo dele será sepultado nesta quarta-feira, às 17h, no Cemitério Parque Nicteroy, no Laranjal, em São Gonçalo.

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