Luto

Família se cala em velório de menina morta pelo pai em Niterói

Dois primos africanos foram os primeiros a chegar no cemitério

O sepultamento do corpo está marcado para ocorrer às 14h
O sepultamento do corpo está marcado para ocorrer às 14h |  Foto: Lucas Alvarenga

O corpo da pequena Aoulatth Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, que foi morta após ter sido espancada pelo pai, chegou ao cemitério do Maruí, no Barreto, na Zona Norte de Niterói, por volta de 11h50 desta quarta-feira (13), na capela A.

Dois primos africanos foram os primeiros a chegar, para o velório da menina. Eles, que moram no Rio, preferiram não falar com a imprensa — assim como demais integrantes da família, que compareceram na sequência. 

O sepultamento do corpo de Aoulatth está marcado para ocorrer às 14h.

Leia+: Pai que matou filha por 'correção' saiu da UFF após ser reprovado

Leia+: Menina morta pelo pai era aluna de escola pública em Niterói

Leia+: Pai espancou menina até a morte em Niterói por conta de estudos

Leia+: Criança de 8 anos é encontrada morta dentro de casa em Niterói

Pai é preso

O pai Iliás Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, foi preso em flagrante acusado pelo crime, que ocorreu na noite de segunda-feira (11), na comunidade Boa Vista, em São Lourenço. Ele já foi transferido para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.

Tortura

A Polícia Civil classificou a morte como tortura. A menina foi espancada com golpes de cinto. Há indícios de que as agressões cometidas por Ilias, contra a menor, seriam recorrentes, segundo afirmou o delegado Willians Batista, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói.

"O que nós temos é que ele, claramente, agrediu a filha diversas vezes. Eu posso dizer que em dez anos trabalhando como homicídio, nunca tinha visto aquela intensidade de lesões. Haviam lesões espalhadas pelo corpo inteiro dela. Conseguimos confirmar com o perito legista que não foram apenas lesões ocorridas no dia de ontem, o que indica que ela já havia sofrendo esse tipo de tortura", disse.

Versões

De acordo com o delegado, o pai não confessou o crime, mas testemunhas relataram duas versões dele.

"A primeira foi que a menina teria furtado alguma coisa na escola, e o fato foi comunicado por uma professora e ele teria corrigido a filha. Já para um médico do Samu, disse que havia agredido um pouco a filha, mas não é o que mostra o laudo. O que aconteceu não foi uma correção, foi uma prática de tortura", afirmou o delegado Willians Batista.

Ferimentos graves

A polícia afirma que a criança tinha ferimentos de ação contundente nas costas, no tórax, nos braços e no rosto. No local, eles encontraram um cinto, que teria sido usado para espancar a criança.

Ilias foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura, por ascendente, e contra menor de 14 anos.

< Após cirurgia em Niterói, paciente avança na luta contra distonia 'Friozinho na barriga', diz John Kennedy sobre estreia no Mundial <