Tragédia

'Ficou largada', denuncia filho de idosa morta ao cair de ônibus

Parentes acusaram hospital e empresa de negligência

Bernadete era cadeirante e morreu após ser arremessada pelo ônibus em uma curva no Rio
Bernadete era cadeirante e morreu após ser arremessada pelo ônibus em uma curva no Rio |  Foto: Arquivo da família
  

Familiares da idosa Bernadete Augusto dos Santos, de 82 anos, que caiu do ônibus 209 (Caju x Candelária) durante uma curva perto do Cemitério do Caju, no Centro, no último domingo (14), acusam o Hospital Souza Aguiar pela morte da idosa. 

Segundo os parentes, ela caiu pedindo socorro. Bernadete voltava de um almoço em família na Feira de São Cristóvão em comemoração ao Dia das Mães.  

O caso aconteceu próximo ao Cemitério do Caju, no Centro. Ela deixa oito filhos, netos e bisnetos. A família afirma que ela não foi bem atendida no Hospital Souza Aguiar, para onde foi levada após o acidente, e que os médicos deram apenas remédios para dor.

Caso aconteceu próximo ao Cemitério do Caju, no Centro. Bernadete deixa oito filhos, netos e bisnetos
  

O filho dela, Ademir Pedro dos Santos, de 49 anos, contou ao ENFOCO  que Bernardete estava há menos de cinco minutos de casa quando caiu e que a empresa Braso Lisboa não procurou a família. Além disso, a idosa teria ficado sem o atendimento adequado na unidade de saúde. 

O filho revelou que soube que o cinto de segurança que deveria prender a cadeira da idosa ao ônibus não estava funcionando
O filho revelou que soube que o cinto de segurança que deveria prender a cadeira da idosa ao ônibus não estava funcionando |  Foto: Péricles Cutrim
     
Ela ficou largada, não tinha manutenção, nem higiene, estava numa maca ensanguentada, ficou num quarto largada do lado de uma pessoa já morta. Fez raio-x, mas não prestaram socorro. Ela ficou no soro, passaram só remédio para dor e ela disse que ia morrer pela falta de cuidados e morreu Ademir Pedro dos Santos, filho
 

Sobre a empresa, o filho revelou que soube que o cinto de segurança que deveria prender a cadeira da idosa ao ônibus não estava funcionando. 

“A empresa Braso Lisboa, responsável pelo ônibus, não deu auxílio para nós. Falaram que foram no hospital para dar auxílio antes da minha mãe falecer duas vezes, mas isso é mentira. Ela estava solta, o cinto não funcionava. Na curva, em alta velocidade, minha mãe e minha irmã foram arremessadas para fora do ônibus”, disse ele. 

Uma equipe da Samu prestou socorro à idosa e a levou direto para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.

Bernadete morreu por volta das 3h desta segunda-feira (15). Ela era cadeirante há mais de dez anos por causa de uma trombose. A idosa teve traumatismo craniano e sofreu uma fratura na bacia. 

A irmã de Ademir, Solange Pedro dos Santos, de 42 anos, que também se feriu no ocorrido, recebeu alta da unidade hospitalar e passa bem. Solange teve traumatismo craniano. 

A empresa Braso Lisboa se pronunciou através da empresa Rio Ônibus, que, por sua vez, informou que “lamenta o ocorrido e está empenhada em localizar a família. Sobre as causas do acidente, aguarda resultados de perícia técnica.” 

Procurada sobre o ocorrido, a Secretaria Municipal de Saúde informou que Bernadete foi prontamente atendida e recebeu todos os cuidados indicados para o quadro, tendo inclusive realizado exame de tomografia e recebido reposição de sangue, mas que, infelizmente, a paciente não resistiu.  Ainda não há informações sobre o sepultamento de Bernadete.

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 17ª DP (São Cristóvão), que vai investigar o ocorrido. A instituição também disse que agentes realizam diligências para esclarecer as circunstâncias do acidente e elucidar os fatos.

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