Julgamento
Flordelis é condenada pela morte do pastor Anderson do Carmo
Julgamento durou quase uma semana
Flordelis foi condenada 50 anos e 28 dias pela morte do pastor Anderson do Carmo, em 16 de junho de 2019. A sentença saiu na manhá deste domingo (13), no Fórum de Niterói.
Filha biológica da ex-deputada, Simone dos Santos Rodrigues foi condenada a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Já Rayane dos Santos, neta de Flordelis, Marzy Teixeira e André Luiz, filhos afetivos, acabaram inocentados.
O julgamento começou na última segunda-feira (7). No total, foram ouvidas 13 testemunhas de acusação, 11 de defesa, além dos advogados e dos réus.
Acusação
Flordelis foi denunciada como a mandante da execução. A pastora responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Depoimento
A ex-deputada Flordelis foi a segunda ré a ser ouvida na manhã deste sábado (12). O depoimento, que durou cerca de 40 minutos, foi marcado por muito choro.
Ao ser questionada se sabia quem havia matado seu marido, disse que não podia acusar. "Eu não posso acusar ninguém, eu não estava no local, não posso afirmar". Segundo ela, o motivo do crime seria os supostos abusos que aconteceram na casa, inclusive contra ela, como relatou em sequência.
Em meio a choro e soluços, Flordelis afirmou que o pastor começou os supostos abusos com ela após alguns anos de casamento, mas que não esperava que ele abusasse de outras mulheres, ainda mais dentro de sua casa. "Houve uma desconfiança com a minha filha Kelly, mas eu não acreditava que ele poderia fazer isso, por tudo que eu fazia por ele".
No depoimento, ela falou que os abusos só se encerraram depois que Anderson teve uma conversa com um pastor. Ela ainda relatou que o marido só sentia prazer quando a machucava durante relações sexuais.
"Ele só parou quando o pastor Albino Santana conversou com ele. Ele não me bateu mais, foi um tempo de alívio pra mim, mas depois ele voltou a ficar agressivo na vida sexual. O meu marido só sentia prazer se me machucasse. Eu não entedia, eu achava que era por causa dos problemas familiares que ele havia sofrido quando criança", disse.
Flordelis disse ser muito submissa no casamento, e que por isso tentava resolver os problemas com o marido dentro de casa. "Eu aprendi isso na igreja, e minha mãe sempre foi submissa. Eu sempre tentava resolver as coisas do jeito que minha mãe me ensinava. Mas depois dessas coisas [dos abusos] ele me chamava pra deitar no peito dele e agia carinhosamente", falou a ex-deputada, acrescentando que Anderson chegou a sufocá-la com um travesseiro e que chegou a desmaiar.
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