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Flordelis é presa em casa pela Polícia Civil

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|  Foto: Foto: Vitor Soares
Flordelis seguiu para à sede da Divisão de Homicídios de Niterói com uma bíblia nos braços. Foto: Vitor Soares

A deputada cassada Flordelis dos Santos Souza foi presa em casa pela Polícia Civil, por volta das 18h40 desta sexta-feira (13). O cumprimento de mandado de prisão foi realizado por agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, na residência que fica em Pendotiba, Niterói. Ela segue para a sede da especializada, no Centro.

Os policiais estacionaram uma viatura em frente à casa de Flordelis antes das 17h30. No entanto, levaram um tempo até entrarem na residência para capturá-la.

Em paralelo a isso, a ex-deputada realizava uma transmissão ao vivo nas redes sociais implorando por uma corrente de oração dos seguidores.

"Eu precisava fazer essa live. Fiquem com Deus. Façam uma corrente de oração ao meu favor. Tenho convicção de que eu não cometi crime algum. Eu sou inocente. Haja o que houver. Aconteça o que acontecer. Ainda que me levem para uma prisão. Lá na prisão eu serei adoradora", contou.

Flordelis saiu de casa abraçada com uma bíblia e acompanhada pela Polícia Civil.

Essa ação ocorre cerca de duas horas após o Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça junto à 3ª Vara Criminal de Niterói, requerer a prisão preventiva da ex-deputada federal.

Em agosto de 2020, ela e outras 10 pessoas foram denunciadas pelo assassinato, em 2019, do seu então marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza.

Na época, Flordelis - que também é cantora gospel e pastora - não teve sua prisão pedida por deter imunidade parlamentar.

Na última quarta-feira (11), no entanto, a Câmara dos Deputados cassou seu mandato por quebra de decoro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara na última quinta-feira (12).

No documento, destaca o MPRJ que, ao longo de toda a persecução penal, ficou claro que a liberdade de Flordelis colocava em risco tanto a instrução criminal quanto a aplicação da lei penal e que, mesmo sendo cabível e necessária sua prisão preventiva, a decretação só não foi possível devido à imunidade parlamentar.

O pedido de prisão relata que, além da gravidade da conduta criminosa, a ex-deputada, poucos dias após o homicídio, orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses.

De acordo com o MPRJ, Flordelis também providenciou treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas para prestarem depoimento em sede policial, solicitando que testemunhas mentissem à polícia e alterassem versões já fornecidas, assim como, por repetidas vezes, descumpriu a medida cautelar de monitoramento eletrônico.

Flordelis foi denunciada por arquitetar o homicídio de Anderson, arregimentando e convencendo o executor direto do crime (seu filho Flávio dos Santos Rodrigues) e os demais acusados, a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. A ex-deputada também financiou a compra da arma usada no assassinato e avisou da chegada da vítima no local em que ela foi executada, diz a denúncia.

O motivo do crime seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família.

Com Ezequiel Manhães

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