Comparação

Formato das pernas levou a suspeito de matar jornalista em Maricá

Vídeo do crime foi comparado com rede social de Rodrigo Barbosa

Agentes do Gaeco na delegacia de Homicídios de Niterói
Agentes do Gaeco na delegacia de Homicídios de Niterói |  Foto: Marcelo Eugênio
  

Foi comparando um vídeo feito por câmeras de segurança da morte do jornalista Romário da Silva Barros e um vídeo de rede social que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio conseguiram indiciar Rodrigo José Barbosa da Silva por ser o responsável pela morte do jornalista. A informação foi confirmada pelo delegado Pablo Valentim, titular da DH, e pela promotora Gabriela Aguillar nesta quinta-feira (24), na sede da especializada. 

Além da morte de Romário, criador de um site de notícias de Maricá, Rodrigo foi o executor de outro três homicídios na região, segundo as investigações. Todos ocorridos em 2019. As outras supostas vítimas dele foram o vereador Ismael Breve de Marins, seu filho Thiago André Marins e Sidnei da Silva. 

“As três denúncias oferecidas são baseadas em três inquéritos distintos. Em cada um, há provas diferentes. Em um dos casos, houve uma prova de padrão comparativo de marcha [modo de andar]. Foi comparado o momento da execução do jornalista Romário com um vídeo de rede social que chegou-se à conclusão da marcha, do andar do executor, com o joelho valgo, um “andar tesoura”. E isso levou à conclusão, além de outras provas, de que ele seria o executor dos crimes”, afirmou a promotora do MPRJ Gabriela Aguillar. 

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A morte do jornalista pode ter ocorrido por motivações políticas, mas isso segue em investigação. O que se sabe é que Romário teria incomodado por causa da atividade de jornalismo investigativo que era desempenhada por ele em Maricá.

Na ação desta sexta, foram expedidos três mandados de prisão e apenas dois foram cumpridos, contra Rodrigo e Vanessa da Matta Andrade, acusada de ser a co-autora de dois assassinatos. Além de prisões, foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão nos endereços ligados aos alvos. Foram apreendidos celulares, documentos, uma quantia em espécie, munições. A operação foi finalizada por hoje. 

Segundo as investigações, pernas em formato de 'X' foi determinante para identificação do suspeito
Segundo as investigações, pernas em formato de 'X' foi determinante para identificação do suspeito |  Foto: Rede social
  

PM foragido

O terceiro mandado de prisão que ainda será cumprido é contra um subtenente da Polícia Militar. Ele também é acusado de ser o co-autor dos crimes e executor auxiliar de um dos crimes. 

Delegado Pablo Valentim na sede da DH falando sobre o caso
Delegado Pablo Valentim na sede da DH falando sobre o caso |  Foto: Marcelo Eugênio
     
O Rodrigo foi o executor de dois crimes e o Davi Esteves, que está foragido, foi o executor-auxiliar dos homicídios. A Vanessa foi a mandante de um dos casos, que foi do ex-marido dela o advogado Thiago e que levou à morte do pai dele, o vereador Ismael Breve. São três investigações, com quatro mortes. O Sidnei era morador da cidade, concunhado do Rodrigo, ele discutiu com a mulher do Rodrigo e foi morto por vingança. Em um segundo momento, tem a morte do Ismael, vereador, e do Thiago. A mandante desse caso teria sido a Vanessa. O último caso é do jornalista Romário, que conseguimos provas que o executor do crime foi o Rodrigo Pablo Valentim, delegado
  

Ainda não há informações sobre o mandante do crime contra o Romário, mas acredita-se que foi ligado à reportagens feitas por ele de condutas na cidade. 

O advogado Thiago teria morrido dormindo a mando de Vanessa por causa de conflitos ligados ao filho deles, envolvendo até relações com pensões alimentícias. O pai dele morreu no mesmo dia. 

O subtenente Davi Esteves segue foragido. “Ele já é da reserva. Fizemos buscas nas casas dele, mas ele não foi encontrado. Encontramos munições e um valor de quase R$ 80 mil. Os cincos mandados de busca e apreensão são: uma empresa do Rodrigo, duas casas do Davi, uma casa do Rodrigo e outra da Vanessa e conseguimos êxito em todas elas”, contou Valentim. 

A ação desta quinta ocorreu em conjunto com agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNSG) junto com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ).

Rodrigo, o suposto executor, mantém em suas redes sociais um perfil ligado à religião e a projetos sociais. Na noite desta quarta-feira (24), ele estava em uma arena de futvôlei na qual ele disse que era “mais um projeto abençoado por Deus”. 

Os casos 

As mortes aconteceram em 2019 no município. O vereador e o filho foram assassinado dentro de casa, dois meses após o jornalista. O crime aconteceu por volta das 3h20. Dois homens encapuzados acessaram o pátio da casa pelos fundos e arrombaram a porta da cozinha para entrar no imóvel, localizado no nº 5 da rua Agrípio Luiz da Costa, no bairro Zacarias.

Segundo testemunhas, ao perceber a movimentação o vereador entrou em luta corporal com um dos homens, momento em que um outro comparsa disparou contra o parlamentar. O filho de Ismael foi morto no quarto com pelo menos seis disparos. 

Já o jornalista Romário Barros, de 31 anos, foi morto quando voltava de uma caminhada no dia 18 de junho de 2019. Ele foi executado dentro do próprio carro.

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