Decisão

Glaidson Acácio, o 'Faraó dos bitcoins', vai a júri popular

Entendimento é que empresário foi o mandante de um assassinato

Glaidson é acusado de diversos crimes
Glaidson é acusado de diversos crimes |  Foto: Redes Sociais
 

A Justiça determinou que Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos bitcois' vá a júri popular. O entendimento foi de que o empresário mandou matar Wesley Pessano em 2021, na Região dos Lagos. 

Glaidson é, segundo as investigações, o chefe de uma quadrilha que elimina quem entra no seu caminho. O MP encontrou um dia depois da excecução de Pessano uma conversa entre Glaidson e Dany Boy, supostamente para combinar a morte.

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Os investigadores também ligaram uma transferência de R$ 1 milhão ao ataque como forma de pagamento pelo crime. O negócio do 'Faraó' lucrou, segundo o MP, mais de R$ 38 milhões. Glaidson está preso desde agosto de 2021 no Complexo de Gerininó. No início do mês, houve a solitação para que ele fosse transferido para um presídio de segurança máxima

Delegada vira alvo

A delegada Daniela dos Santos Rebelo Pinto foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A investigação apontou que a mulher é suspeita de receber propina de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, preso desde agosto do ano passado. Episódio teria ocorrido quando ela estava na Delegacia de Defraudações (DDEF) da Polícia Civil.

Acontece que o Faraó se aproximou de investigadores. Seu grupo, inclusive, esteve em diversos momentos na Cidade da Polícia, com intuito de negociar com os policiais.

Os agentes foram ao condomínio de luxo onde ela mora, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A ação Novo Egito é um desdobramento da operação Kryptos, que prendeu Glaidson. O esquema movimentou cerca de R$ 38 bilhões, apontou a Polícia Federal. 

Sedado

A mãe de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como 'Faraó dos Bitcoins', fez um pedido de socorro, via redes sociais, pelo filho ex-pastor na madrugada da última segunda-feira (19).

"Tirem meu filho desse presídio Bangu 1, pois os órgãos competentes sabem que lá é castigo".

Ele foi transferido para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, há uma semana, após uma nova denúncia.

Desta vez, sob acusação de organizar e chefiar uma tropa armada para monitorar e até matar concorrentes no mercado das criptomoedas, segundo a polícia. 

Na publicação, a mãe do Faraó dos Bitcoins alega que o ex-garçom, preso desde agosto do ano passado quando foi alvo da operação Kryptos, está com o psicológico "destruído". Também cita outros problemas de saúde desencadeados desde então.

"Estão matando o meu filho, o psicológico dele está destruído, repetindo as coisas, tendo falhas na mente e agora vai sair desse presídio, o qual jogaram, pior. O coração e a pressão também não estão bem, ele está sendo sedado a todo tempo. Pelo amor de Deus, me ajudem de alguma forma, por favor", escreveu.

Mesmo preso, Glaidson obteve cerca de 37 mil votos no primeiro turno das eleições deste ano, mas não foi eleito. Ele concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo partido Democracia Cristã.

O Faraó dos Bitcoins é dono da empresa GAS Consultoria e Tecnologia, com sede em Cabo Frio, na Região dos Lagos, acusado de operar um sistema de pirâmides financeiras envolvendo moedas digitais e causar prejuízos a investidores. 

Em setembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) rejeitou a candidatura de Glaidson.

O tribunal entendeu que o candidato estava inelegível no momento em que solicitou o registro por exercer a função de direção em empresa financeira que é alvo de liquidação judicial. A proibição está prevista na Lei da Ficha Limpa. 

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