Polícia
Golpe: criminosos usam Instagram para fazer vítimas
Após diversos golpes do Whatsapp viralizarem nas redes sociais, os criminosos agora utilizam o Instagram para enganar e fazer novas vítimas. Um empresário de Maricá, que preferiu não ser identificado, conta que vive o tormento de ter o perfil hackeado há quase uma semana.
De acordo com a vítima, ela foi avisada por amigos que seu perfil no Instagram estava compartilhando diversos stories com produtos para venda. Um dos amigos, que teria se interessado por um sofá, geladeira e televisão, chegou a perder R$ 7 mil.
"Uma amiga entrou em contato comigo para saber mais informações sobre o telefone que eu estava vendendo. Eu disse para ela que não estava vendendo nada e foi aí que eu descobri que haviam invadido a minha conta. Quando fui checar, havia sido feita uma troca de e-mail e número que estavam veiculados ao meu perfil. E eu ainda não consegui ter um retorno do suporte da plataforma", contou.
O empresário contou que enquanto recebeu a mensagem de amigos interessados o mal parecia ser o menor. O que ele ainda não sabia é que alguns acreditaram nos anúncios, fizeram o pagamento via Pix e ficaram sem os produtos e sem o dinheiro.
O empresário disse que até a tarde desta segunda-feira (11), os golpistas seguiam fazendo falsos anúncios de produtos utilizando o seu perfil. Ele contou que esteve na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), no Jacarezinho, na Zona Oeste do Rio, onde realizou o registro de ocorrência na última sexta-feira (8).
"Assim que descobri o que havia acontecido, consegui avisar alguns amigos, mas outros. infelizmente, não deu tempo. A pessoa que estava se passando por mim estava vendendo diversos produtos. Quando alguém se interessava, o golpista dizia que na verdade uma prima minha era quem estava vendendo e passava um número de telefone para que a negociação fosse feita. Como tenho muitos amigos no Instagram, as pessoas confiaram e caíram no golpe. Somente um amigo meu fez um pagamento de R$ 7 mil. Depois fui procurado por outras pessoas que fizeram pagamentos de R$ 3.400, outra pessoa de R$ 2 mil, fora as pessoas que eu não sei", afirmou.
A vítima destacou que está extremamente abalada com a situação.
"Além da minha conta pessoal, tem a minha profissional onde eu trabalho com turismo. Tudo isso vai muito além de um crime na internet, envolve meu caráter. Isso mexeu muito comigo. O que me deixa apreensivo é que se conseguiram hackear a minha conta pessoal, o que aconteceria se conseguissem a conta profissional? Quantas pessoas poderiam ser vítimas? Eu não quero nem ficar pensando nisso", desabafou.
O especialista em Direito do Consumidor e mestre em Direito Civil pela Universidade de Lisboa, Rene Freitas, salientou que o estelionatário é o único responsável pelos prejuízos causados às vítimas.
"Posso dizer que é muito difícil que essas pessoas recebam alguma coisa de volta. A plataforma também poderia responder, caso fique comprovado pelo consumidor que o Instagram falhou nos processos de segurança ou que tenha falhado no feedback com o dono do perfil lesado, caso tenha demorado para tirar a página do ar. Geralmente, as vítimas desanimam com esses casos, porque ainda que o estelionatário seja identificado e preso, é muito pouco provável que tenha bens para suportar eventual condenação que o judiciário venha fazer contra ele", explicou.
Procurado para se manifestar sobre o caso, o Instagram ainda não retornou até a publicação da reportagem. A Polícia Civil também foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre as investigações.
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