Irregular
Idosos são resgatados de asilo clandestino na Zona Oeste
16 pessoas foram retiradas do local

A Polícia Civil resgatou na manhã desta quarta-feira (8) 16 idosos que viviam em um asilo clandestino na Estrada do Cabuçu, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O local foi interditado por funcionar sem a devida autorização legal.
A operação contou com agentes da Delegacia de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti), da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SEMESQV), após denúncias de possíveis maus-tratos e situações de risco envolvendo os moradores.
Embora a interdição tenha sido motivada pela falta de licença para funcionamento, o delegado da Deapti, Mário Luiz da Silva, afirmou que, até o momento, não foram confirmadas condições insalubres no interior do imóvel. Segundo ele, apenas um laudo técnico poderá determinar se havia, de fato, risco à saúde dos residentes.
"Foi constatado apenas o crime de exercício irregular da atividade, pois os responsáveis não possuíam autorização de funcionamento, mas dependendo do laudo da Vigilância Sanitária é possível que haja responsabilidade também para a exposição aos riscos. Mas a princípio a visualização do local não indiciou condições insalubres ou indignas", disse.
A Polícia Civil também informou que, caso fique comprovada a negligência, os familiares responsáveis pelas internações poderão responder por abandono e por colocar a saúde dos idosos em risco dentro de uma instituição de longa permanência.
Irregularidades
Durante a vistoria, a SEMESQV apontou uma série de irregularidades: o local não possuía alvará de funcionamento, CNPJ nem equipe técnica mínima, exigências básicas para esse tipo de serviço.
Entre os 16 idosos resgatados, havia três acamados com sequelas de AVC, dois com deficiência visual, e dois adultos com menos de 60 anos, uma delas, uma mulher com problemas psiquiátricos.
Ainda de acordo com a Secretaria, não havia profissionais de saúde ou assistência social responsáveis pelo acompanhamento dos moradores. Faltavam médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista e assistente social.
A fiscalização também constatou a ausência de prontuários, contratos e registros de atendimento, além de problemas estruturais como infiltrações em quartos, banheiros e lavanderia. Medicamentos estavam armazenados de forma inadequada, e alimentos eram mantidos sem identificação ou controle de validade.
Segundo a SEMESQV, o cenário de abandono e irregularidade ficou ainda mais evidente após a constatação de que a Clínica da Família CMS Garfield de Almeida foi impedida de acessar o imóvel durante ações de mapeamento do território.
Diante das irregularidades, o asilo foi totalmente interditado, e os idosos foram encaminhados para avaliação médica e acolhimento pela rede municipal de Saúde e Assistência Social.
As investigações continuam para apurar outros possíveis crimes e identificar os responsáveis pela instituição clandestina.


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