Decisão

Justiça mantém prisão de suspeitos de matarem morador na Zona Oeste

Caso aconteceu após a vítima não obedecer ordem do tráfico

Douglas da Silva Albuquerque Martins, conhecido como DG
Douglas da Silva Albuquerque Martins, conhecido como DG |  Foto: Reprodução
 

A Justiça do Rio decretou a prisão preventiva de dois suspeitos acusados pelo homicídio de um morador do bairro Anil, localizado em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. A vítima teria se recusado a acatar as ordens de traficantes da região.

Os suspeitos, Douglas da Silva Albuquerque Martins, conhecido como DG, e Gabriel da Silva Valencio, apelidado de Biel, foram acusados de envolvimento no assassinato.

A motivação do crime, segundo as autoridades, estava relacionada ao fato de que a vítima não permitia que os criminosos utilizassem o terreno de sua residência como rota de fuga após confrontos com milicianos. DG foi detido no final de setembro por policiais civis da Delegacia de Homicídios da Capital.

O pedido de prisão preventiva foi solicitado pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e acatado pelo 1º Tribunal do Júri da Capital.

A rua Araticum, onde o crime ocorreu, ganhou o apelido de 'Rua do Medo' devido ao histórico de violência e mortes na região. Uma longa disputa entre traficantes e milicianos assolou a área ao longo de vários meses.

Segundo apurado no decorrer das investigações, esse é o modus operandi dos criminosos em relação àqueles que se opõem aos interesses da facção criminosa a qual pertencem.

Ryan Soares de Almeida, suspeito de ter participado do assassinato dos médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, no mês passado, também participou da ação. Mas, por conta de sua morte, o GAECO/MPRJ promoveu a extinção da sua punibilidade.

A denúncia descreve que o crime foi cometido por motivo torpe, com intuito apenas de demostrar poder e domínio territorial do tráfico de drogas na região. Também destaca que a ação criminosa impossibilitou defesa da vítima, já que os réus efetuaram diversos disparos o que evidência a modalidade de execução.

Nos autos, o GAECO/MPRJ pondera ser extremante necessária a conversão da prisão de Biel e DG, uma vez que a facção criminosa Comando Vermelho iniciou uma série de homicídios em Jacarepaguá, buscando, à força, a dominação territorial completa, expulsando e matando seus adversários. 

A guerra já deixou mais de 100 vítimas, entre milicianos e moradores que não concordam com a ocupação e o tráfico de drogas.

De acordo com a denúncia, o poderio bélico e a capilaridade do Comando Vermelho já dominaram diversos bairros da grande Jacarepaguá, tais como Anil, Gardênia Azul, Rio das Pedras e Vargens, espraiando-se para a Barra da Tijuca – onde ocorreu o caso dos médicos assassinados a queima roupa – e Recreio dos Bandeirantes.

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