Crime

Líderes religiosos são condenados por abuso sexual de fiéis no Rio

Práticas teriam acontecido entre 2009 e 2016

Trio induzia vítimas a praticarem atos sexuais em "iniciações tântricas" atribuídas a entidades
Trio induzia vítimas a praticarem atos sexuais em "iniciações tântricas" atribuídas a entidades |  Foto: Reprodução
  

Três líderes religiosos foram condenados pela Justiça do Rio por fraude e violação sexual durante supostas sessões em um centro da Zona Norte do Rio. A decisão, da juíza Simone de Araújo Rolim, da 29ª Vara Criminal da capital, sentenciou Marcelo Antonio Marques Prazeres, Leonardo Campello Ribeiro e Jayson Garrido. O trio de homens fazia parte do Centro Espiritualista Semeadores da Luz (CESL), na Ilha do Governador e induzia as vítimas a praticarem atos sexuais em "iniciações tântricas" atribuídas a entidades. 

O centro alegava pregar o universalismo como filosofia, reunindo vertentes religiosas de umbanda, candomblé, Igreja Gnóstica Cristã e correntes orientais. Eles afirmavam estar possuídos por entidades como "Caboclo Pena Branca", "Preta-Velha Maria Conga", "Vovô-Rei Congo de Aruanda" e "Boiadeiro Urubizara" para coagir os fiéis a ter relações com eles.

Segundo o processo, Marcelo conduzia práticas de "iniciação religiosa", além de rituais tântricos, em que praticava os atos libidinosos. Foram mais de 100 abusos praticados por ele no período de 2009 a 2016. As vítimas eram informadas de que estavam "prontas" para serem iniciadas pela autoridade máxima. Nesse caso, ele mesmo. 

Leonardo, vice-presidente do suposto centro, sabia dos abusos e não os impediu, inclusive incentivando as vítimas a obedecer a vontade de Marcelo. Ele praticava atos sexuais com fiéis, afirmando que uma entidade havia determinado.

Leonardo também responde por fingir ser psicólogo e exercer irregularmente a profissão, cobrando pelas sessões realizadas em um consultório dentro do local. 

Já Jayson, médium antigo do CESL, teria abusado pelo menos de duas vítimas, uma delas adolescente de 15 anos. O homem convencia as supostas vítimas a praticar de maneira sigilosa a chamada “magia vermelha”, que resolveria os problemas emocionais e materiais delas. Durante esses rituais, teria beijado à força a boca e passado a mão nas partes íntimas de uma vítima. 

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