Agressão

Madrasta é presa acusada de torturar criança de três anos em Maricá

Mãe fez denúncia após perceber hematomas na menina

Menina tinha marcas por todo o corpo
Menina tinha marcas por todo o corpo |  Foto: Arquivo da família
  

Uma criança de três anos foi agredida e torturada enquanto ficava na casa do pai e da madrasta, em Maricá. Raquel Cesario da Silva, de 37 anos, foi presa no último dia 25, acusada de agredir a menina.  O caso foi registrado na 82ª DP (Maricá). 

Segundo a mãe Mayara Lourenço, de 31 anos, o próprio pai da menina ligou falando sobre marcas roxas encontradas pelo corpo da criança. Foi então que ela questionou Raquel, que disse que a criança havia caído da banheira. 

A pequena está internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, desde o dia 25 de maio. Ela foi encontrada desacordada e com diversos hematomas pelo corpo. Na casa, que fica em Itaipuaçu, ela morava com os irmãos, a madrasta e o pai. 

A polícia foi chamada e encontrou o pai, que afirmou que a filha tinha sido agredido pela madrasta. Raquel estava na mesma casa, trancada em um quarto. A criança foi socorrida por uma tia e levada primeiro para o Posto de Saúde Santa Rita. 

“O pai dela me ligou e falou que chegou em casa após o trabalho e a encontrou desacordada nos braços da Raquel. Ele perguntou o que ocorreu e Raquel disse que ela estava bem, só não queria andar. Ele viu que ela estava desacordada e não conseguia firmar as pernas no chão. Foi quando ele viu um hematoma roxo na perna dela e perguntou novamente o que tinha ocorrido para a madrasta”, contou Mayara. 

Menina que foi torturada em Maricá - Lucas Alvarenga
Menina que foi torturada em Maricá - Lucas Alvarenga |  Foto: Lucas Alvarenga
     
Não quero que fique impune. Minha filha correu risco de vida. Pode ser qualquer pessoa, vejam os sinais, hoje percebo que minha filha estava mais triste. Muitos casos desses acontecem dentro de casa e, talvez, a Júlia não se sentia segura de relatar os abusos Mayara Lourenço, mãe
  

Raquel negou as agressões. Outra filha de seis anos de Mayara também estava desacordada e há a suspeita de que ela estava dopada com remédios.

“A Raquel maquiou para esconder os hematomas. O pai me ligou falando que tinha ocorrido algo com minha filha, mas eu não sabia o que. Nesse meio tempo que eu estava chegando na casa, ele chamou um vizinho e minha irmã também foi para lá. Minha irmã conseguiu correr com minha filha para um posto de saúde e eu cheguei na casa. A Raquel tentou forjar uma desculpa e disse que ela caiu tomando banho de banheira, mas minha filha não tomava mais banho de banheira, ela tomava banho em pé. O pai foi para a delegacia e eu fui pro hospital ver minha filha”, disse Mayara. 

Na unidade de saúde, segundo a mãe, os médicos mostraram todo o corpo da criança. Havia sangue na parte interna do nariz e da bochecha, além das costas que estavam arranhadas, pescoço com marcas de unhas, boca queimada, olho inchado, marcas de corda nos pulsos e nas axilas.

Segundo a polícia, criança apresentava marcas roxas nas costas, pernas, boca e axilas
 

A criança estava aparentemente dopada e a suspeita é que tenha sido induzida a tomar remédios pela madrasta. O médico que a atendeu no posto, inclusive, falou para Mayara que acreditava que a filha podia estar com traumatismo craniano. Além de tudo, a criança estava desidratada. 

  • Marcas deixadas pelas agressões
    Marcas deixadas pelas agressões
  • Marcas deixadas pelas agressões
    Marcas deixadas pelas agressões
  

Júlia morava com o pai, após um acordo em comum entre o pai e mãe. Mayara estava há 15 dias sem a ver filha pessoalmente, apenas por videochamadas. Ela disse que jamais desconfiou de nada, já que mantinha uma boa relação com a madrasta dos filhos. 

“Os médicos achavam que era até algo neurológico por causa das agressões, mas, graças a Deus, o exame mostrou que não teve nenhum tipo de problema neurológico. Estamos esperando o resultado do exame toxicológico, que vai comprovar que ela foi dopada no dia em que foi agredida. A gente tem essa suspeita porque o exame de sangue dela deu algumas enzimas diferentes, mas só o exame poderá comprovar. Os médicos acharam até que ela podia ter hepatite por causa desse medicamento, mas, graças a Deus, não teve nada”, relatou. 

Júlia segue em estado grave, segundo a unidade de saúde, mas já apresentou melhoras. Mayara contou que a filha saiu do tubo, está usando o respirador, mas ainda não se alimenta normalmente, só por sonda. 

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