Audiência
Mãe de corredor morto na BR-101 pede justiça na porta do Fórum: 'Choro todo dia'
Acusado de atropelar Lucas Celestino é ouvido nesta segunda (4)

Antes do início da primeira audiência sobre a morte do operador de estacionamento e corredor amador Lucas Celestino de Oliveira, de 27 anos, nesta segunda-feira (4), no Fórum do Colubandê, em São Gonçalo, a dor de quem ficou ganha voz. A mãe e a viúva da vítima, Juliana Celestino e Maria Eduarda, respectivamente, desabafaram sobre a saudade, o luto e a expectativa por justiça.
“Estamos aqui agora para saber o que vai ser feito. Hoje está aqui uma mãe pedindo justiça. É uma dor que não tem explicação, só quem passa por isso sabe. Eu choro todo dia”, lamentou Juliana Celestino, de 48 anos. “Tenho saudade de ouvir a voz dele, de dar bronca como mãe. Só Deus para dar força e sustento”.
Lucas desapareceu no dia 8 de abril, após sair para uma corrida matinal. Ele deveria iniciar o expediente como operador no estacionamento de um shopping em Itaipu, Niterói, às 8h40, mas não chegou ao trabalho. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, com múltiplas fraturas, às margens da BR-101, confirmando o atropelamento.
A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) indicou que o motorista Everton Oliveira Lessa da Costa, de 37 anos, atropelou Lucas com uma van da linha M557 (Boa Vista X Rio de Janeiro). O veículo foi consertado logo após o crime, o que levou ao indiciamento por homicídio qualificado e fraude processual. Everton está preso desde abril.
“Eu não escolhi estar aqui, eu fui colocada nessa posição. Mas estou aqui e tenho que buscar justiça pela vida do meu esposo”, afirmou Maria Eduarda, emocionada. “Todos os dias eu revivo aqueles dias, mas agora de forma mais intensa. Eu não fico pensando na pessoa, nem no acidente em si. Penso mais que ele não está mais aqui”, completou a viúva.

O ENFOCO tentou contato com a defesa de Everton Oliveira, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.


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