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    Máquinas de pelúcia: polícia mira quadrilha que enganava clientes

    Investigação aponta que grupo dificultava liberação dos brindes

    Publicado 28/08/2024 às 8:30 | Atualizado em 29/08/2024 às 9:11 | Autor: Enfoco
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    Polícia diz que máquinas de bichinhos de pelúcia eram modificadas para evitar que clientes ganhassem
    Polícia diz que máquinas de bichinhos de pelúcia eram modificadas para evitar que clientes ganhassem |  Foto: Reprodução / Instagram

    A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (28) a 2ª fase da Operação Mãos Leves, focada em desarticular quadrilhas que manipulam máquinas de bichinhos de pelúcia para enganar os consumidores.

    A ação é conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), que agora investiga a adulteração desses equipamentos para dificultar a liberação dos brindes.

    Na operação, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão. Um dos alvos foi um galpão localizado em Inhaúma, na Zona Norte do Rio, que abriga a Black Entertainment. No local, a polícia encontrou dezenas de máquinas e centenas de brinquedos, que, segundo peritos, eram pirateados.

    Por meio de nota, a empresa afirmou que "não compactua com qualquer prática ilícita". Veja comunicado na íntegra no final da reportagem.

    Como era?

    As investigações revelaram que o grupo criminoso instalava contadores de jogadas em cada máquina, manipulando a corrente elétrica que alimenta a garra, o que interfere na capacidade do equipamento de pegar os brinquedos.

    A fraude funciona da seguinte maneira: o contador de jogadas limita a potência da garra, exigindo um número específico de créditos para liberar a força necessária para capturar um pelúcia.

    Assim, de acordo com a polícia, a maioria das tentativas resulta em perda de dinheiro para o cliente, que não consegue pegar o brinquedo devido à força insuficiente da garra, além da dificuldade inerente do jogo.

    No galpão da Black Enterteinment, foram encontradas baias rotuladas com nomes de shoppings, como o Via Parque e o West, indicando que as máquinas adulteradas eram enviadas para esses centros comerciais.

    O que dizem os shoppings?

    Por meio de nota, o Via Parque afirmou que "o shopping está acompanhando as investigações e também acionou o lojista, solicitando informações complementares, tendo em vista que a comercialização de produtos falsificados é expressamente proibida pelas suas operações, bem como qualquer outra iniciativa que possa lesar o consumidor. Outras medidas cabíveis estão sendo avaliadas".

    Já a administração do West Shopping informa que, "na manhã de hoje (28), tomou conhecimento sobre a interdição de uma de suas operações para averiguação policial. O empreendimento ressalta ainda que está à disposição para colaborar com as autoridades competentes".

    Denúncias

    A operação teve início após denúncias sobre as empresas Black Enterteinment e London Adventure estarem usando brinquedos falsificados de marcas registradas em suas máquinas localizadas em vários shoppings do Grande Rio. A 1ª fase da Operação Mãos Leves, realizada em maio, resultou na apreensão de máquinas e grandes quantidades de pelúcias.

    Exames realizados pelos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) confirmaram a adulteração dos sistemas, comprovando que o processo visava enganar os consumidores ao fazê-los acreditar que a habilidade era o fator determinante para ganhar, quando na verdade o sucesso dependia principalmente da sorte manipulada pela fraude.

    A polícia também descobriu que um dos investigados tem histórico de envolvimento com jogos de azar relacionados a máquinas caça-níqueis, o que levanta suspeitas sobre a participação do Jogo do Bicho na operação.

    Crimes

    Além das máquinas e pelúcias, foram apreendidos celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão analisados para desvendar a estrutura do grupo criminoso e identificar outros possíveis envolvidos e organizações criminosas.

    Os suspeitos enfrentam acusações de crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial, associação criminosa e contravenção de jogo de azar. As investigações também se expandem para verificar possíveis práticas de lavagem de dinheiro.

    O que diz a Black Entertainment?

    "Cumpre informar que as lojas do Estado do Rio não possuíam autorização para utilização da marca Black Entertainment, sendo que estavam de forma indevida fazendo uso e exploração de tal nome, inclusive, essa questão já é objeto de discussão judicial. Com relação a operação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, a Black Entertainmet está tomando conhecimento acerca do procedimento investigatório, este que tramita em sigilo, assim, irá se manifestar sobre o mesmo em momento oportuno. Por fim, a Black Entertainment informa que não compactua com qualquer prática ilícita, sendo importante reafirmar seu compromisso e sua ética para com seus clientes, parceiros e colaboradores, bem como, que continuará a tomar as medidas necessárias para garantir a proteção da sua marca e dos seus clientes", diz a nota oficial.

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