Declaração
MC Poze do Rodo após deixar presídio: 'Sou trabalhador e artista'
Cantor critica atuação da polícia na recepção feita por fãs

O cantor e funkeiro Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, declarou ser "trabalhador e artista", na tarde desta terça-feira (3), após deixar o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde passou cinco dias preso.
Ao chegar em casa, MC Poze afirmou que não é criminoso e que está sendo alvo de perseguição. Em sua fala, o artista criticou duramente a atuação da Polícia Militar durante a recepção organizada por milhares de fãs na porta do presídio.
Segundo ele, os agentes não precisavam usar spray de pimenta e balas de borracha contra as pessoas que estavam ali para apoiá-lo.
Sou trabalhador e artista. Inclusive, eu saindo de lá agora, com a recepção maravilhosa, milhares de fãs... E o tratamento com meus fãs foi spray de pimenta na cara, tiro de borracha na cara... Eu que sou bandido? Fica essa pergunta no ar
O funkeiro também denunciou agressões por parte da polícia, que, segundo ele, teria derrubado motociclistas e agredido manifestantes: “Eles derrubando todo mundo de moto, dando tiro de borracha nos outros, agredindo os outros, dando spray de pimenta nos outros, mandando eu tomar no...”.
MC Poze também trouxe à tona a questão racial e social ao perguntar se estaria sendo alvo de preconceito: “Por que estão fazendo isso comigo? Por que eu sou preto ou por que sou favelado?”.
Ainda segundo o cantor, ele construiu sua carreira com esforço e trabalho honesto:
“Tive minha luta, fui atrás, corri para construir meu castelo. Não é com dinheiro de nada de errado não. É com minha luta, meu show”.
O cantor finalizou o desabafo pedindo que as autoridades parem de o perseguir e de intimidar seus fãs e familiares. “Meus filhos pequenos têm trauma de polícia. Se meus filhos veem polícia, eles choram. Não param de vir aqui em casa. Me deixem em paz.”
Relembre o caso
MC Poze do Rodo, foi preso na ultima quinta-feira (29), acusado de apologia ao crime e envolvimento com a facção Comando Vermelho (CV). A prisão aconteceu em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, durante operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
De acordo com as investigações, o cantor realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a "segurança" do artista e do evento.


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