Desabafou
MC Poze do Rodo se revolta após polícia voltar à mansão no Rio
Viviane Noronha, esposa do funkeiro, foi intimada a depor


Marlon Brendon Coelho Couto, o MC Poze do Rodo, usou suas redes sociais nesta quinta-feira (5) para relatar uma nova visita de policiais civis à sua mansão no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, apenas dois dias após deixar a Penitenciária de Gericinó, em Bangu, onde esteve preso por cinco dias. O cantor é investigado por apologia ao crime e suposto envolvimento com o tráfico de drogas.
Em um desabafo publicado nos stories do Instagram, Poze afirmou que agora a polícia estaria mirando sua esposa, a influenciadora Viviane Noronha, e classificou a situação como uma "perseguição" à sua família.
"Minha família não aguenta mais essa perseguição, que isso. Vocês não têm coração? Vocês não têm família?", escreveu o funkeiro, visivelmente abalado.
Segundo informações Viviane foi intimada a prestar depoimento na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), onde deverá esclarecer declarações feitas anteriormente, nas quais acusava policiais de terem roubado joias de sua casa durante uma operação.
A Polícia Civil, por sua vez, afirmou em nota que toda a ação de busca e apreensão foi devidamente registrada em vídeo e que a própria Viviane acompanhou o procedimento do início ao fim.
Lavagem de dinheiro
Na manhã da última terça-feira (3), Vivi Noronha foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio. A ação investiga uma complexa rede de lavagem de dinheiro atribuída à alta cúpula do Comando Vermelho. O esquema era comandado por Fhillip da Silva Gregório, conhecido como 'Professor', que morreu no último domingo (1º). Vivi também é investigada por calúnia.
Segundo a polícia, o esquema envolveu movimentação financeira de cerca de R$ 250 milhões. Agentes das delegacias de Roubos e Furtos (DRF), de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) cumpriram mandados de busca em diversos endereços localizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, incluindo no condomínio de luxo onde Vivi reside com MC Poze.
Conforme relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), movimentações financeiras suspeitas foram identificadas nas contas de Vivi. O órgão aponta que ela teria recebido cerca de R$ 898 mil oriundos de pessoas investigadas como laranjas de "Professor", sendo R$ 858 mil direcionados à sua empresa e outros R$ 40 mil em sua conta pessoal.
Funcionamento do esquema
De acordo com as investigações, Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, foi o responsável por organizar uma sofisticada rede de laranjas e empresas fictícias usadas para movimentar recursos oriundos do tráfico de drogas. As quantias eram transferidas sistematicamente para contas vinculadas a intermediários localizados em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, com o objetivo de financiar a aquisição de armamentos e entorpecentes para o Comando Vermelho.
A Polícia Civil ressaltou que a morte de “Professor” não prejudica o andamento das investigações nem compromete as decisões judiciais já determinadas. “Apesar do falecimento, sua relevância dentro da organização criminosa permanece evidente, especialmente no papel que exerceu ao fortalecer a cultura do tráfico e ao montar estruturas empresariais fraudulentas para dar aparência legal ao dinheiro ilícito”, declarou a corporação.
Investigada por calúnia
Vivi também passou a ser alvo de um inquérito por calúnia instaurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A investigação foi iniciada após ela divulgar vídeos nas redes sociais acusando agentes de conduta indevida durante a operação que resultou na prisão do seu marido.
Nos vídeos, Vivi afirma que algumas joias teriam desaparecido durante a ação policial. Ela relatou ainda que um dos agentes teria encerrado a operação ao encontrar uma bolsa de grife e que alguns braceletes também teriam sumido.
Além das acusações sobre os supostos desaparecimentos, Vivi criticou o comportamento dos policiais, alegando que teriam sido agressivos com seus familiares.
Embora MC Poze esteja sendo investigado por apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas, Viviane não é alvo do inquérito que levou à prisão do cantor. Ainda assim, ela manifestou publicamente sua insatisfação com a maneira como a abordagem policial foi conduzida.
Defesa de Vivi Noronha
Em nota, a influenciadora afirmou que o momento foi humilhante, desumano e cruel.
"Não houve humildade, não houve compaixão por nós, pelos nossos filhos! É isso que vocês fazem: tiram a esperança do preto favelado. Nem o mínimo vocês tiveram — educação! Eu estava dormindo tranquilamente, no meu quarto, na minha casa, com a minha filha Júlia ao lado, e nem roupa eu pude trocar. Minha filha estava na cama, e vocês não queriam nem deixar que eu a pegasse no colo. É disso que vocês gostam: oprimir. O mínimo vocês não puderam fazer, né? Deixar o Marlon colocar um chinelo e uma blusa. Mas envergonhar e humilhar pesa mais, né?", disse em nota.


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