Crime
Médico é acusado de ameaçar namorada da ex; 'Encher de porrada'
Advogada diz que cirurgião não aceitam fim do relacionamento
Um cirurgião plástico do Rio é acusado de injúria racial e ameaça após proferir ofensas contra a namorada de sua ex-mulher. O caso repercutiu nas redes sociais após divulgação de um vídeo que mostra as falas do médico contra a jovem de 19 anos.
A vítima é a jogadora de futebol Dara Gonçalves. O vídeo foi gravado por sua namorada, Jéssica Andrade, de 25 anos, durante um encontro com o cirurgião. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) no último sábado (11).
"Ela é favelada, não tem como sair se entrar (da favela). Quer apostar comigo? Quer brincar? Você não vai ficar zangada comigo se eu fizer isso? Meter ela em uma delegacia, encher de porr*** de borracha e depois soltar. Ela merece. Ela é macaca. Ela é macaca. Preta e macaca", disse o cirurgião.
O cirurgião ainda se considerou imune e reforçou as ameaças contra a jogadora. Em mensagens de texto ele ainda chamou Dara de monstro sapatão, analfabeta e derrotada.
Se ela fizer qualquer coisa contra mim, eu f.*** ela. Se ela não morrer, vai sair toda f.***da. Tenho dinheiro. Eu conheço as pessoas que fazem o que eu quiser, pincipalmente com pobre
De acordo com a vítima, as ameaças começaram em janeiro e se tornaram mais frequentes em abril. Dara afirma ainda que o cirurgião não aceita o fim do relacionamento que durou três anos.
Segundo a advogada do casal, Nathália Azevedo, o acusado não as procurou após a repercussão do caso. Eles se separaram em novembro do ano passado.
"Estamos com tudo pronto para entrar com divórcio litigioso", informa.
Nas redes sociais, internautas subiram a hastag #justiçapordara.
Procurada a Polícia Civil informou que o caso foi registrado como ameaça e injúria racial e que o autor será chamado para prestar esclarecimentos. A investigação está em andamento.
Já o cirurgião ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Outro caso
Em 2018, o cirurgião foi alvo de outra polêmica. Na época, ele teria enviado uma mensagem por WhatsApp a um médico que passou em 9º lugar para residência médica do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), o desencorajando de ocupar o cargo, pois seu filho, também médico, havia passado 11º lugar.
Em prints revelados pelo residente, o doutor disse que a ida do estudante para o hospital ocuparia o lugar do filho e que o ambiente não ficaria bom.
No mesmo período a direção do hospital informou o afastamento do médico. Em resposta, o cirurgião alegou que a mensagem não havia sido escrita por ele e que enviou um pedido de desculpas ao residente logo em seguida.
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