Alerta

Medo nas escolas de Niterói: tentativas de sequestro preocupam pais

Só neste mês, dois casos chamaram atenção na cidade

Segurança Presente atendeu uma das ocorrências
Segurança Presente atendeu uma das ocorrências |  Foto: Arquivo/Alex Ramos
 

 Tentativas de sequestro de crianças a caminho de escolas, em Niterói, acendem um alerta aos pais e às forças de segurança. Diferentes unidades de ensino relataram situações similares, envolvendo alunos, neste mês de março, em pontos distintos da cidade. A polícia confirmou as ocorrências.

O último caso foi registrado na tarde de terça-feira (29), no bairro do Ingá. A família de uma criança que estuda numa escola trilíngue, em São Francisco, área nobre da cidade, diz ter sido abordada por um carro de alto padrão, por volta de 12h30, informando que a van escolar da aluna tinha quebrado. 

Segundo o relato, o motorista do Renault Captur, na cor branca, afirmou que em razão disso faria o transporte da criança. De imediato, a mãe negou a proposta e saiu do ponto onde costuma aguardar a van escolar. 

"Graças a Deus, a mãe desconfiou e saiu na mesma hora garantindo a segurança da criança. Não mediremos esforços para garantir a segurança dos nossos alunos e colaboradores", diz trecho da nota de esclarecimento da Escola Cristã Genebra.

Imagem ilustrativa da imagem Medo nas escolas de Niterói: tentativas de sequestro preocupam pais
|  Foto: Divulgação
 

A forma de atuação dos bandidos ocorre de maneira discreta, conforme explica o motorista da van da escola. Ele não foi identificado.

"O cara não vai apontar a arma, nem nada. E, simplesmente, vai fazer isso na maciota. Vai dizer que a van quebrou e dependendo se for babá, ou alguma pessoa que não tenha maldade, vai entregar a criança de mão beijada para o bandido. Isso é muito sério", contou. O relato consta em áudio divulgado nas redes sociais. 

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A unidade de ensino, em questão, não divulgou os dados da criança, por medidas de segurança. Mas informou que a família da menina mora no Ingá, região distante da escola. 

Outro caso

No último dia 9, equipes da Operação Segurança Presente atenderam a primeira solicitação que ocorreu na Escola Nossa, no Badu, Região Oceânica. Um carro de aplicativo chegou ao local para buscar um estudante, de idade não revelada, mesmo sem o pedido da família. A instituição, então, telefonou para os responsáveis para saber se procedia. E confirmou que se tratava de uma farsa.

"Ao confirmarmos que o Uber não foi solicitado, não deixamos o estudante sair da escola, e a família chamou o Segurança Presente do bairro, que foi até à escola nos orientar", disse a direção, em comunicado.

Na nota, a Escola Nossa disse que o episódio reforça a importante da comunicação entre a família e a unidade.

"É importante que saibam, que mesmo os alunos que estão autorizados a saírem da escola sozinhos, não saem fora do horário convencional sem a autorização dos responsáveis".

A escola prometeu providenciar novas câmeras de segurança para serem instaladas na calçada da escola.

Ambas as unidades atendem aos segmentos da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 e 2.

Prisões

Segundo a Polícia Militar, não há registro de identificações ou prisões relacionadas aos casos citados pelas duas escolas. O Segurança Presente conta que realiza patrulhamento nas escolas que estão dentro da área de atuação, sendo atendidas pelos serviços de rotina prestados à população. E, que, quando solicitado atende as ocorrências.

"No dia 9 de março, a equipe do Segurança Presente em Niterói foi acionada por um pai de um estudante sobre um Uber que foi buscar um estudante na porta da escola sem a autorização dele. A equipe foi até a escola, mas o suspeito já havia fugido", informou em nota.

Alvos

A escola localizada em São Francisco pede para que as famílias estejam atentas, pois os criminosos têm informado o nome da unidade e até mesmo o nome da empresa da van para tentar atacar.

"Normalmente, o que tenho reparado como tendência entre esses criminosos que tentam fazer incursões é que [os alvos] são alunos de transporte escolar. Ou seja, eles percebem que é um transporte que faz, porque já chegam informando a empresa responsável e tentam se valer de uma possível falha de comunicação entre a escola e a família", analisa o diretor da Escola Cristã Genebra, Vinícius Corrêa.

As duas unidades da Escola Cristã Genebra possuem mais de 50 câmeras de monitoramento e apontadores infravermelhos nos muros conectados a uma empresa especializada de vigilância da região, informa a direção. 

"Nossas portarias são reforçadas durante os horários de entrada e saída. Em nossa sede do Fundamental, nós temos dois colaboradores adicionais auxiliando nesta questão de segurança [...]. E um outro que fica à paisana nos arredores da escola", pontuou.

Segundo o motorista da van, a mãe da aluna que foi abordada pelo criminoso teria conseguido anotar a placa e repassado a informação para a polícia.

"Qual é o sentido de eu estar passando essa informação: é para a gente conversar com os pais para não entregar [o filho] a ninguém. Como tem muita mãe pagando Uber para os filhos, [os criminosos] estão fazendo isso agora. O cara viu a mãe parada na frente da portaria me aguardando e perguntou se estava esperando a van escolar. A mãe, ingenuamente, respondeu que sim. E ele disse que a van tinha estragado e que tinha ido pegar a aluna. A mãe percebeu e saiu correndo para dentro do mercado no Ingá", contou o motorista..

Policiamento

O policiamento nos pontos de escola foi reforçado nos últimos dias, principalmente em unidades municipais e estaduais. É que além da questão de tentativa de sequestro, algumas unidades foram marcadas por situações de brigas, disse a polícia.

O comandante do Batalhão de Niterói (12º BPM), tenente-coronel Marcelo Carmo, disse ao ENFOCO que os arredores das escolas no município de Niterói são áreas patrulhadas por diversos tipos de policiamento. Segundo ele, o planejamento é realizado com base em análises da criminalidade.

"Desde o mês de setembro de 2021 há redução em todos os indicadores estratégicos, mesmo comparando com o mesmo período do ano anterior onde havia menor circulação de alunos nas ruas devido às restrições impostas pela pandemia", frisou.

Para ele, todas as ocorrências envolvendo alunos, sobretudo crianças e adolescentes, são atendidas como prioridade no atendimento de chamadas de emergência 190.

"Cada escola, cada região e cada caso possuem peculiaridades específicas e demandam abordagens especiais do policiamento", explica.

Carmo afirma ainda que não foi verificado no batalhão solicitação de atendimento de ocorrência para os casos citados pelos colégios. Para verificação de registros de chamadas pelo atendimento 190, é necessária solicitação de informações ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). 

"O Programa Patrulha Escolar e Proteção à Criança e ao Adolescente na área do 12º BPM foi iniciado na área da 6ª Cia (Maricá), sendo os resultados avaliados constantemente pela Coordenadoria de Assuntos Estratégicos da SEPM, a qual avaliará a expansão da área de atendimento da Patrulha", sugere. 

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