Zona Norte

Megaoperação tem prisões e prejuízo de R$ 15 milhões ao tráfico

Ação integrada envolveu mais de mil homens nesta segunda

Material foi levado para a Cidpol
Material foi levado para a Cidpol |  Foto: Ascom / Rogério Santana
  

Nove suspeitos, sendo três por mandado de prisão e três em flagrante, foram presos na operação desencadeada pela Polícia Civil e Militar nesta segunda-feira (9). A operação ocorreu na Cidade de Deus, no Complexo da Maré e no Complexo da Penha. Um dos alvos é Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, vulgo BMW. Ele é um dos suspeitos de envolvimento na morte dos médicos no Rio. Houve ainda, segundo autoridades, um prejuízo de R$ 15 milhões ao tráfico. 

Segundo o secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, o mandante dos assassinatos dos três médicos na semana passada foi o traficante Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, que queria vingar a morte de um comparsa. 

Lesk e BMW fazem parte do grupo “Equipe Sombra”, que atua no Comando Vermelho. O corpo do criminoso foi encontrado em um carro junto com os de Ryan Nunes de Almeida, o Ryan, Thiago Lopes Claro da Silva e Pablo Roberto da Silva dos Reis. 

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Na megaoperação desta segunda, além de BMW, líderes do Comando Vermelho, foram procurados,  incluindo Abelha e Doca. Mais de mil agentes estavam na ação. 

“A Operação inicial denominada Operação Maré, foi anunciada, se tornou pública e a partir daí passamos a monitorar chefes dessa localidade. A atividade de inteligência detectou que houve uma grande migração para o Complexo da Vila Cruzeiro e da Cidade de Deus e, por isso, esse desdobramento nas outras comunidades (…) O objetivo é capturar o BMW para que ele possa esclarecer ainda mais as circunstâncias de como tiraram a vida dos inocentes, dos médicos, e, por isso, é importante que ele seja preso, com vida”, continuou Torres, que afirmou que a operação foi exitosa.  

Autoridades fala sobre a operação desta segunda no Centro Integrado
Autoridades fala sobre a operação desta segunda no Centro Integrado |  Foto: Marcelo Eugênio
  

A investigação da morte dos médicos segue em andamento e novas provas estão sendo anexadas ao inquérito. Segundo o Coronel Luiz Henrique, da Polícia Militar, houve resistência em todos os pontos da operação, com confrontos armados, mas não houve registros de feridos. 8 drones foram usados na operação, além de câmeras corporais. Dois helicópteros, um da Civil e um da Militar, foram atingidos por tiros. Um policial civil que estava em um dos helicópteros foi atingido por estilhaços, mas ele segue se recuperando e não corre perigo. 

Dentre as drogas apreendidas, estão 100 kg de pasta a base de cocaína, que vale R$ 12 milhões, meia tonelada de maconha e drogas sintéticas, além de munições, dezenas de carregadores, centenas de munições, dezenas de artefatos explosivos, radiocomunicadores, dois laboratórios de drogas e 29 toneladas de barricadas retiradas da Maré. Foram recuperados 16 carros roubados. Um fuzil foi apreendido ao lado da escola municipal vereadora Marielle Franco, na Maré.

Também foram apreendidos 58 aparelhos celulares e um quilo de entorpecentes nos presídios Bangu 3 e Bangu 4. De lá, teria ocorrido uma videoconferência após a morte dos médicos falando sobre os suspeitos de envolvimento na morte dos médicos. 

Operação 

Policiais estouram laboratório do tráfico
Policiais estouram laboratório do tráfico |  Foto: Ascom / Philippe Lima
  

Mil agentes das forças estaduais de segurança do Rio iniciaram, nesta segunda-feira (9), uma grande operação de combate ao crime no Complexo da Maré e Vila Cruzeiro, na Zona Norte; e Cidade de Deus, na Zona Oeste.

A intenção é prender os chefes do Comando Vermelho, que atuam nessas regiões. Há pelo menos 100 mandados de prisão em aberto. Moradores dessas localidades relataram intensos tiroteios ainda no fim da madrugada.

Um laboratório também foi localizado pelos policiais. Nele, ocorre o refino de drogas e a produção de explosivos. Mais de 18 mil alunos da rede municipal estão sem aula nas escolas das regiões até o momento.

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