Polícia

‘Meu filho é inocente e eu vou provar’: a súplica por justiça em Niterói

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Familiares exibiram cartazes com fotos do atendente durante um campeonato de futebol realizado na Zona Sul do Rio de Janeiro. Foto: Karina Cruz

Familiares e amigos de José Maurício da Silva Almeida, de 30 anos, realizaram uma manifestação, na manhã deste sábado (16), no Barreto, em Niterói. Eles acusam a polícia de confundir o atendente com um criminoso e gerar um mandado de prisão por tentativa de homicídio e tráfico de drogas contra o morador da comunidade Buraco do Boi. Ele está preso desde o dia 4, após se apresentar voluntariamente, junto de seu advogado, no Fórum de Niterói, no centro da cidade.

Durante o ato, que contou com a participação de 40 pessoas, os familiares exibiram cartazes com fotos do atendente durante um campeonato de futebol realizado no dia 18 de agosto, no Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Mesma data que o atendente de loja vem sendo acusado na Delegacia do Fonseca (78ªDP) de ter participado junto de outros dois homens de uma tentativa de homicídio contra um jovem na comunidade Buraco do Boi.

De acordo com a mãe de José Maurício, a dona de casa Edimar Pereira, de 59 anos, o filho nunca teve qualquer envolvimento com o crime organizado, mesmo morando desde a infância na comunidade. Ela alega que o atendente estava disputando um campeonato de futebol junto de seu time conhecido como Família BC no Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio.

“Eu imploro para que as autoridades revejam isso. O meu filho é inocente e temos como comprovar isso. Temos fotos dele dentro do ônibus a caminho do campeonato junto de amigos. Além disso, ele fez fotos lá dentro da comunidade. O Maurício não tem nada a ver com o crime que estão acusando ele. Moramos aqui há mais de 30 anos e nunca tivemos qualquer problema. A polícia não pode destruir a vida de uma família como estão fazendo. Estou há 11 dias sem me alimentar direito e morrendo de saudade do meu filho”, disse a mãe de Maurício.

Quem também esteve presente no ato contra a prisão foi o pai de Maurício, o pintor José Amaro de Souza, de 58 anos, que relatou ter vivido dias difíceis após o cumprimento do mandado de prisão do atendente. Segundo ele, essa é a maior injustiça de sua vida.

“Tem sido dias bem difíceis para toda a nossa família. Não aguentamos mais tanta injustiça e o nosso filho lá dentro daquele presídio. Ele nunca fez nada de erro e está sendo condenado por um crime que não cometeu”, disse o pai.

O Caso

Segundo os investigadores da Delegacia do Fonseca, a vítima da tentativa de homicídio teria ido visitar a avó na localidade conhecida como Buraco do Boi, no dia 18 de agosto, onde foi abordado por três homens, que atiraram na sua direção e ele conseguiu se desvencilhar e acionar uma viatura do Batalhão de Niterói (12°BPM). Durante buscas na região, um dos suspeitos de ter participado da empreitada criminosa foi preso e os outros dois conseguiram fugir.

Parente segura carteira de trabalho do atendente. Foto: Karina Cruz

Na delegacia, a vítima apontou José Maurício como sendo um dos envolvidos na ação criminosa, o que acabou acarretando em um mandado de prisão por tentativa de homicídio e tráfico de drogas por uma suposta ligação com o crime organizado da localidade. No início deste mês, agentes da distrital foram até a loja em que o atendente trabalha há quatro anos para cumprir o mandado de prisão contra José Maurício, mas o funcionário não estava no estabelecimento.

Após ter ciência da investigação e do mandado de prisão em aberto, José Maurício se apresentou no Fórum de Niterói, junto de seu advogado, e foi transferido para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

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