Polícia

Milícia comandada por Orlando Curicica é alvo de operação no Rio

Polícia Civil no encalço de grupo liderado por Curicica. Foto: PCERJ/Reprodução

Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital realizam na manhã desta sexta-feira (31) uma operação para desarticular e prender integrantes de uma das maiores milícias da Zona Oeste do Rio. A ação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRJ, das Corregedorias da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e do setor de inteligência da Seap.

A organização criminosa, comandada por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, é acusada de aterrorizar moradores e comerciantes das regiões de Curicica, Terreirão, Boiúna, Santa Maria, Lote 1000, Jordão e Teixeiras, no bairro de Jacarepaguá. Eles também são acusados de homicídios.

A ação é referente a dois inquéritos, sendo que um deles teve origem nas investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O nome de Orlando Curicica, na época um dos suspeitos, foi apontado como responsável por vários crimes praticados por milicianos na Zona Oeste.

Entre os alvos da operação, há quatro policiais militares e um bombeiro. Um dos acusados é o PM Rodrigo Jorge Ferreira, testemunha do caso Marielle e Anderson. Serão também cumpridos mandados de busca e apreensão em batalhões da PM e dos Bombeiros e em celas de presídios onde alguns dos acusados já encontram-se detidos.

A materialidade das ações criminosas da quadrilha está comprovada por meio de farta documentação anexada aos inquéritos policiais, demonstrando que a atividade dessa milícia visa a criar monopólio das atividades econômicas de forma clandestina da área para subjugar a população local, valendo-se de atividades ilícitas.

Os inquéritos policiais, instaurados pela DH/Capital, revelaram que o grupo opera na exploração ilegal de serviços básicos na região, como transporte, lazer, alimentação e segurança, cobrando taxas de proteção aos comerciantes da localidade, pedágios aos trabalhadores de transporte alternativos (vans e mototáxis), além de dominar associações de moradores das regiões.

Os crimes praticados pelo bando são, em sua maioria, cometidos com extrema violência, incluindo execução de testemunhas e tentativas de homicídio de autoridades responsáveis pelas investigações. Os membros dessa quadrilha fazem imperar a “lei do silêncio” entre os moradores da localidade em que exercem o controle criminoso.

Orlando Curicica foi preso no dia 27 de outubro de 2017, no condomínio em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio, durante operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Ele está em presídio federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Os inquéritos comprovaram ainda que a organização criminosa conta com grande poderio armado, aterrorizando e impondo uma rotina de intimidação a moradores e eventuais testemunhas.

Para manter o monopólio das atividades econômicas e a impunidade de suas ações criminosas, a quadrilha comete vários tipos de delitos, como homicídios, ameaças, torturas, extorsões, “grilagem”, porte de arma de fogo, roubos, estelionato, contrabando, descaminho, entre outras atividades ilícitas.

< Perseguição e troca de tiros termina com presos em SG Na Câmara, reforma da Previdência ganha 277 emendas <