Atentado
Militar é suspeito de jogar bombas em pedestres na Tijuca
Um dos artefatos quase atingiu uma criança de sete anos
Um capitão do Exército é acusado por um casal de vizinhos de atentado contra a vizinhança em que mora em dois prédios localizados na Avenida Maracanã, no bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio. Um dos ataques por pouco não atingiu a filha de apenas sete anos do casal. Um artefato molotov foi lançado do 5° andar do prédio vizinho.
"No dia 27 de janeiro eu tinha levado os animais para passear junto com minha filha. Na volta para casa, assim que passamos da dívida do nosso prédio com o prédio onde ele mora, eu vi o artefato caindo na direção da minha filha, bem próximo dos pés dela. Eu gritei para corre, corre. Quando ela deu três passos a bomba explodiu violentamente. Minha filha ficou em estado de choque. Desesperada, ela se agarrou no portão do prédio e pedia para entrar. Ela ficou muito abalada psicologicamente", disse Lauro Vidal, de 51 anos.
Minha filha ficou em estado de choque. Desesperada, ela se agarrou no portão do prédio e pedia para entrar. Ela ficou muito abalada psicologicamente
Por conta da ocasião, a família ficou abalada e cancelou todos os planos que estavam programados para aquele dia, inclusive a comemoração do aniversário da mãe de Lauro.
"Além do cuidado com a nossa filha, eu tive um cuidado muito grande para divulgar o caso nos grupos de bairro para que outras pessoas não passassem por isso. Desde que eu fiz essa postagem eu tenho recebido diversos relatos de pessoas que tem conhecimento do fato e que passaram por isso. Eu procurei algumas pessoas para a gente procurar a mídia e também para prestar queixa, mas as pessoas tem um medo enorme", disse Luciana Ribeiro, de 43 anos.
Moradores relataram que vivem a situação há sete anos. Diversos registros já foram feitos nos livros de ambos os prédios, mas até hoje isso não impediu que o militar continuasse com as ações.
"Eu tenho medo dele. Já fiquei asfixiada depois de um dos ataques dele. Ele não tem hora e nem dia certo para agir. Teve um dia que ele jogou três bombas no mesmo dia", contou uma moradora que mora no mesmo prédio do acusado. Por segurança, ela preferiu não se identificar.
A geógrafa Georgia Boutela, de 38 anos, ficou sabendo do caso após sua mãe, que mora no prédio ao lado do prédio do acusado, compartilhar o vídeo que mostra o ataque cometido contra o casal de securitário.
"Eu acho que isso é um reflexo da violência que nós estamos vivendo, da intolerância, do fascismo, da falta de respeito a democracia e aos princípios civilizatório. A sensação é de medo", contou.
Câmeras foram instaladas no térreo dos prédios após a sequência de objetos jogados do 5° andar. Foi um dos equipamentos que registrou a ação mais recente. O acusado e o síndico do prédio foram procurados, mas de acordo com o porteiro, ambos não estavam em casa. O caso foi registrado na 19ª DP (Tijuca) como arremesso ou colocação perigosa. A Polícia Civil informou que investiga o caso e tenta a identificação do suspeito.
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